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Um 'cigano' de ouro não evitou a velha sina de sofrer até ao fim

Quaresma protagonizou um dos momentos mais brilhantes deste Mundial, num jogo em que Portugal carimbou um apuramento de aflitos para os oitavos-de-final.

Um 'cigano' de ouro não evitou a velha sina de sofrer até ao fim
Notícias ao Minuto

08:00 - 26/06/18 por Fábio Aguiar

Desporto Análise

Não há como duvidar! Os exemplos multiplicam-se, mas os resultados nos momentos das decisões amenizam o receio. Portugal está destinado a sofrer. Essa é a nossa sina. O embate com o Irão, esta segunda-feira, em Saransk, foi o mais recente exemplo desta ideia que, parecendo algo derrotista com uma pequena dose de pessimismo, apenas reflete a tendência contemporânea.

Durante anos, a Seleção Nacional habituou os portugueses à constante utilização da calculadora. No Euro'2016, por exemplo, a passagem da fase de grupos foi 'arrancada' a ferros e todo o trajeto até à final marcado por dificuldades. O mítico golo de Éder 'apagou' todas as críticas e colocou um país tantas vezes sofredor no topo da Europa.

Agora, dois anos depois, a equipa das quinas volta a sentir esses obstáculos. A liderança do grupo B esteve nas mãos, mas o penálti falhado por Cristiano Ronaldo e, sobretudo, o dramático golo de Ansarifard já nos descontos permitiu ao Irão empatar a partida e atirar Portugal para o segundo lugar. 

Fernando Santos apostou em Adrien, Quaresma e André Silva e a verdade é que não poderia ter decisão mais acertada. Se o médio do Leicester foi uma espécie de relógio suíço no meio-campo e o avançado do AC Milan um lutador na frente de ataque, o Harry Potter, no primeiro Mundial da carreira, fez história e... magia. Com uma trivela fantástica, o 'Mustang' deu vantagem a Portugal, tornou-se no mais velho a marcar pela equipa das quinas numa fase final de uma grande competição - 34 anos - e chegou aos 10 remates certeiros na Seleção.

Contudo, o cigano de ouro não alterou a sina lusa. O Irão restabeleceu a igualdade nos descontos e ainda ameaçou a vitória. O afastamento português do Mundial esbarrou na malha lateral de Rui Patrício. O selecionador respirou de alívio e pouco depois o árbitro apitou para o final do encontro, confirmando o encontro com o Uruguai nos 'oitavos'.

Adversário de... boa memória

Depois dos comandados de Óscar Tabárez confirmarem a passagem na liderança do grupo A, a opinião parecia geral: era importante Portugal garantir o primeiro lugar, de forma a medir forças com a Rússia e evitar o confronto com a atual 14.ª classificada do ranking FIFA. Contudo, o destino colocou os sul-americanos no caminho dos campeões da Europa. Nomes como Edinson Cavani ou Luis Suárez obrigam a cuidados especiais, numa equipa que terminou a fase de grupos com três vitórias, cinco golos marcados e nenhum sofrido.

Apesar de tudo, a história diz-nos que Portugal se dá bem com a formação celeste. As duas seleções defrontaram-se apenas duas vezes e o saldo é favorável à equipa das quinas. Primeiro, em junho de 1966, numa partida de caráter particular, José Torres assinou um hattrick e assumiu-se como o principal responsável pela vitória lusa, por 3-0. Seis anos depois, em julho de 1972, na extinta Taça da Independência, Portugal e Uruguai voltaram a encontrar-se, mas aí houve repartição de pontos. Ricardo Pavoni ainda adiantou a turma celeste no marcador, mas Jaime Graça, em cima do intervalo, fixou o resultado final. 

Quarenta e seis anos depois, está marcado o reencontro. Em Moscovo, no próximo sábado, pelas 19h00, Portugal vai tentar superar o rival celeste e alcançar os quartos-de-final do Campeonato do Mundo. Desde que no final o resultado seja o apuramento, a sina que se mantenha, pois num país de conquistadores o sofrimento faz parte do quotidiano. 

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