Gareth Bale jogou apenas 30 minutos, o suficiente para ser o homem do encontro. Primeiro porque marcou dois dos três golos do triunfo do Real Madrid, o primeiro dos quais uma ‘obra-prima’ digna de ser emoldurada em fotografia. Afinal não se fazem ‘chilenas’ todos os dias, sobretudo numa final da Liga dos Campeões.

Na verdade há bem pouco tempo o mundo teve o prazer de assistir a ‘monumento’ semelhante quando Cristiano Ronaldo levantou o Estádio de Turim, na sequência do pontapé de bicicleta que efetuou na vitória diante da Juventus. Nesse dia CR7 mereceu uma ovação mundial, este sábado nem tanto assim.

No final do encontro diante do Liverpool, o extremo madeirense deixou o seu futuro em equação, deixando a porta de saída em aberto. Uma notícia que caiu que nem uma ‘bomba’ em terra de 'nuestros hermanos'. Aliás, parte da imprensa espanhola acusou o “péssimo timing” do jogador na altura de falar sobre a sua continuidade na capital espanhola. A Rádio Marca chegou a apelida-lo durante a sua emissão como “ladrão de protagonismo”.

Mas vamos recuar a cassete até às lágrimas

O Real Madrid conquistou a sua 13ª Liga dos Campeões, a terceira de forma consecutiva, a quarta nos últimos cinco anos. Uma final acidentada em Kiev, na qual os merengues aproveitaram da melhor forma as incidências da partida, nomeadamente a lesão madrugadora de Mohamed Salah, aos 30 minutos, e o jogo para esquecer do guarda-redes Loris Karius, responsável direto por dois dos golos da formação espanhola.

Salah, com dois remates, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, era o melhor em campo. Porém, precisamente nesta altura teve de sair, lesionado no ombro esquerdo, para dar lugar a Lallana. Aos 34 minutos foi a vez de Dani Carvajal sair lesionado e, tal como Salah, lavado em lágrimas. O Liverpool caiu claramente de produção após a saída do egípcio e não rematou mais até ao intervalo.

Um golo de lenda que ficará eternizado no memorial de Kiev

A segunda parte começou com um remate de Isco à barra, logo aos 48 minutos. E com o 1-0 para o Real Madrid, num momento verdadeiramente anedótico. Karius recolheu uma bola fácil e, com Karin Benzema a apenas um metro, o guarda-redes alemão tentou colocar a bola rápido, com a mão, para um companheiro, mas o francês esticou o pé, a bola embateu no avançado gaulês e encaminhou-se lentamente para a baliza.

Os reds reagiram rapidamente. Após canto da direita, Dejan Lovren saltou mais alto que toda a gente e assistiu Sadio Mané, que foi mais rápido que toda a gente e emendou para o empate.

Mas o grande momento da final aconteceu aos 64 minutos. Marcelo centrou da esquerda e Gareth Bale (entrado minutos antes para o lugar de Isco), numa espécie de pontapé-de-bicicleta, fez o 2-1 para o Real Madrid. Um golo de lenda que surgiu ao 11º remate do Real, quarto no segundo tempo, terceiro enquadrado no total.

O jogo ficou decisivo aos 83 minutos, em mais um erro clamoroso de Karius. Gareth Bale, que entrou verdadeiramente endiabrado, rematou muito forte, mas de longe… o guardião alemão tentou segurar a bola, mas deixou-a escapar das mãos e a bola aninhou-se no fundo das redes.