Depois de guiar o FC Porto ao seu primeiro título nacional dos últimos quatro anos, Sérgio Conceição viu Jorge Nuno Pinto da Costa renovar-lhe o vínculo, numa altura em que vinha a ser apontado a clubes como Lazio ou Inter de Milão.

O treinador de 43 anos fica, agora, ligado ao conjunto azul e branco até junho de 2020. O que está pela frente, ninguém pode dizer com certeza.

Mas, olhando para a sua primeira temporada enquanto treinador dos dragões, são quatro as virtudes que o destacam. 

Aproveitamento dos ‘riscados’

À primeira vista, este será o ponto mais óbvio do primeiro ano do ‘reinado’ de Sérgio Conceição. Ricardo Pereira, Vincent Aboubakar e Moussa Marega, trio fundamental para a conquista do título, estava emprestado até à chegada do treinador ao Dragão.

Este não quis seguir o exemplo dos antecessores e ‘espremeu-os’ até ao tutano. De tal maneira que, de ‘riscados’, passaram a indiscutíveis. Juntos, camaronês e maliano foram responsáveis por 49 dos 119 golos marcados pelos dragões em 2017/18.

Já o português, assistiu para sete golos e marcou outros dois, números que convenceram o Leicester City a pagar 25 milhões de euros pelo seu passe assim que a temporada terminou. Verba que se poderá revelar fundamental para que o clube cumpra os pressupostos financeiros impostos pela UEFA.

A estes três, há que juntar os nomes de Diego Reyes e Sérgio Oliveira. Embora mais utilizados na segunda metade da temporada, também eles assumiram especial preponderância na conquista do título… e também eles estavam cedidos.

Ataque demolidor

Feitas as contas entre Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga dos Campeões, o FC Porto terminou a temporada com um total de 119 golos marcados ao longo de 52 jogos, a terceira melhor marca em mais de 100 anos de história.

A melhor marca de sempre do clube continua, no entanto, a pertencer aos dragões de André Villas-Boas, que, na época 2010/11, fizeram 145 golos, ainda que para tal tenham necessitado de 58 jogos.

Entre o FC Porto de Sérgio Conceição e o de André Villas Boas está o de Béla Guttman, que, em 1958/59, somou 123 golos em 35 jogos. Uma média, no entanto, superior aos outros dois.

Reação às adversidades

O FC Porto termina a temporada 2017/18 como o único ‘grande’ que não sofreu derrotas consecutivas. Mais do que isso, reagiu com uma vitória às (escassas) seis derrotas que sofreu ao longo desta campanha.

Depois de perder com o Besiktas, a 13 de setembro, venceu o Rio Ave. Depois de perder com o Leipzig, a 17 de outubro, venceu o Paços de Ferreira. Depois de perder com o Liverpool, a 14 de fevereiro, venceu o Rio Ave. Depois de perder com o Paços de Ferreira, a 11 de março, venceu o Boavista. Depois de perder com o Belenenses, a 2 de abril, venceu o Desportivo das Aves. E, finalmente, depois de perder com o Sporting, a 18 de abril, venceu o Vitória de Setúbal.

Além disso, após a pior fase da temporada, quando empatou por três vezes consecutivas, diante de Besiktas, Desportivo das Aves e Benfica, a equipa de Sérgio Conceição respondeu com uma avassaladora série de dez vitórias seguidas, que se viria a revelar… a melhor fase.

‘Mar azul’

O estádio do Dragão registou, na temporada agora findada, uma média de 42 674 espectadores por jogo da Liga, a melhor marca desde a sua inauguração, a 16 de novembro de 2003. Um claro sinal do ‘mar azul’ que Sérgio Conceição conseguiu provocar.

A melhor marca de todas registou-se na 33.ª jornada, diante do Feirense. Naquele que foi o jogo de consagração do novo campeão nacional, após o empate a ‘zeros’ entre Sporting e Benfica, estiveram 50 027 adeptos nas bancadas do recinto azul e branco.