A 23 de março de 2013, Bruno de Carvalho tornou-se no 42.º presidente, sucedendo ao demissionário Luís Godinho Lopes, que o tinha derrotado dois anos antes. Leonardo Jardim era quem comandava os destinos do banco do Sporting nessa época e por lá ficou até ao final da mesma.

Ainda não tinha um mês de presidência e Bruno de Carvalho tornou-se desde muito cedo um líder de ‘frases fortes’, uma delas dirigida a Jorge Jesus (na altura treinador do Benfica).

21 abril 2013: “Há treinadores que deveriam preocupar-se mais em treinar as suas equipas e colocá-las a jogar futebol”.

Os dérbis de Lisboa sempre foram ‘efervescentes’ e as declarações do líder leonino começaram a subir de tom e, mais uma vez, em novembro de 2013, o clássico frente ao eterno rival terminou com críticas a… Jorge Jesus.

“Vai demorar alguns anos que eu, quando oiço o Jorge Jesus, me esquecerei da palavra ‘limpinho, limpinho”.

Mas o destino dá muito voltas e aquele que foi tão criticado tornou-se em alguém idolatrado. A 1 de julho de 2015, Jorge Jesus, sócio n.º 3289 do Sporting, é apresentado no relvado de Alvalade como treinador dos leões depois de seis anos de ligação ao Benfica.

Bruno de Carvalho a 5 de julho de 2015: “Chegou o momento de todos terem a noção de que os níveis de exigência mudaram e com o objetivo de ser campeão, apostar na experiência do nosso plantel" .

E assim começaram as ‘vénias de amor’ de Bruno de Carvalho a Jorge Jesus, uma das quais proferida a 3 de julho de 2016, numa entrevista ao jornal Expresso, em que o líder verde e branco estabelece uma analogia com a vida pessoal.

“Quando é que lhe passou pela primeira vez pela cabeça que podia ir buscar Jorge Jesus? Gosto de estar atento ao que se passa à minha volta e houve uma certa altura em que me chegou a informação de que o Benfica não queria ficar com o Jesus. Aliás, na vida, as coisas que são muito rápidas são as que têm mais sucesso. Estou com a minha mulher há dez anos e devemos ter começado a namorar para aí um dia depois de nos conhecermos”.

Presidente e treinador nunca viveram em plena harmonia, mas no final terminavam sempre por fazer as pazes.

14 dezembro de 2016:  "Acha que aquele abraço no final do dérbi (frente ao Benfica) foi hipocrisia? Não foi, estamos unidos no projeto. É o treinador deste projeto vencedor e não vai sair".

Todavia, o tão desejado campeonato não aparecia e após o término da segunda temporada de Jorge Jesus à frente dos leões a equação da saída subiu de tom, mas Bruno de Carvalho travou a voz dos contestos.

11 maio de 2017: “Em termos de futebol o treinador que pretendo é um só, o qual com quem tenho contrato e o qual com quem me identifico com a sua qualidade, força de trabalho, ambição e exigência: Jorge Jesus!”

Um ano passou, mais um campeonato ‘voou’, desta feita para o Porto, e o sonho de chegar à Champions perdeu-se na derradeira ronda do campeonato. Consequência? Direção, jogadores e corpo técnico reuniram-se em Alvalade esta segunda-feira. A comunicação social avançou com a suspensão da equipa técnica. Bruno de Carvalho desmentiu e, neste momento, o divórcio quase anunciado entre presidente e treinador está, mais uma vez, num enorme impasse.

14 maio de 2018: "Se o Bruno suspendeu o Jesus, esperem pelo Bruno, porque o presidente não o suspendeu. Têm de esperar pelo Bruno, o que suspendeu o Jesus".