Análise: Um dérbi de Lisboa é sempre um jogo de emoções. Muitas emoções. E foi isso que aconteceu, este sábado, em Alvalade. Apesar das oportunidades para ambas as equipas, faltou eficácia, mantendo-se o marcador inalterado. Um empate (0-0) que ofereceu um sabor especial ao FC Porto, que nem teve de se levantar do sofá para se sagrar… campeão nacional.

Os eternos rivais entraram no palco de Alvalade à procura de três pontos importantíssimos. Na luta pelo segundo lugar, que dá o acesso direto à Liga dos Campeões, e com os milhões no horizonte, os dois treinadores fizeram algumas alterações aos onzes titulares.

'Muro' encarnado vs São Patrício 

Se Jorge Jesus fez regressar os recuperados Piccini, Mathieu e William e optou por deixar Acuña no banco; Rui Vitória apostou em Fejsa, Samaris e Pizzi a ‘tomar conta’ do meio-campo, com Douglas no lugar do lesionado André Almeida. Jonas, que estava em dúvida, começou no banco de suplentes.

As equipas estavam definidas, faltava apenas o espetáculo começar. E começou com… uma paragem. Poucos segundos depois do apito inicial, Xistra foi obrigado a interromper a partida, com a claque o Sporting a atirar tochas para o relvado, precisamente, na zona onde estava Rui Patrício.

Novo apito, novo recomeço. Na primeira meia hora, assistiu-se a um jogo equilibrado com as duas equipas a tentarem chegar, com perigo, às balizas de Patrício e Bruno Varela. Entre um remate de Rafa ao poste (8’) e uma jogada perigosa de Jiménez (30’), as bancadas de Alvalade ficaram a pedir grande penalidade quando, na sequência de um cruzamento de Bryan Ruiz, do lado esquerdo, Mathieu tenta cabecear, ficando a dúvida se Rúben Dias impede, ou não, o movimento do central francês. Mas o árbitro deixou seguir o jogo e nada assinalou.

Os leões começaram a perder a dinâmica ofensiva, nomeadamente, perante o ‘muro’ que Rui Vitória conseguiu 'montar' com Fejsa, Samaris e Pizzi. Gelson Martins tentava ‘furar’ a teia, mas poucas vezes tinha sucesso. Sem conseguir construir uma jogada desde trás, a equipa leonina dava espaço as águias para voar… para perto das redes de (São) Patrício. Primeiro Rafa (38’), depois Samaris (43’) e ainda Pizzi (44’). Três ocasiões em que o guarda-redes do Sporting impediu que o adversário se adiantasse no marcador. Mesmo com pressão alta do Benfica, e com poucas respostas por parte da defesa caseira, Bas Dost esteve muito perto do 1-0, em cima do intervalo, valendo Douglas para impedir o tento.

O jogo do equilíbrio 

O segundo tempo contou uma história diferente. Um jogo mais partido, mais aberto e com um ritmo mais baixo. Ao minuto 56’, Rúben Dias salvou o Benfica, com Bas Dost pronto para marcar, após um cruzamento de Bruno Fernandes.

A cerca de vinte minutos do apito final, já com Acuña (saída de William Carvalho) e Salvio (saída de Pizzi) em campo, foi a vez do Benfica fazer ‘tremer’ Alvalade, porém, Jiménez perdeu uma excelente oportunidade, com um remate ‘tosco’. Rui Vitória ainda fez entrar Jonas (80’), para a saída de Zivkovic, mas o brasileiro – que regressou de lesão -, não conseguiu nem ‘cheirar’ as redes de Patrício.

Aos 85 minutos, Rúben Dias protagonizou um momento de muita contestação no palco de Alvalade. Com o cotovelo 'em cheio' em Gelson Martins, os adeptos ficaram a pedir cartão vermelho, mas Carlos Xistra nada assinalou. Se ficou um vermelho por mostrar a Rúben Dias, também o ficou por mostrar a Bruno Fernandes, após uma entrada duríssima sobre Cervi (90’). O juiz mostrou, apenas, o amarelo.

O marcador não mexeu, o 0-0 manteve-se até ao apito final e o FC Porto, que ainda não disputou esta jornada, é campeão nacional.

Momento do jogo: Em cima do intervalo, Douglas evita o golo de Bas Dost, uma grande oportunidade desperdiçada pelo holandês que podia ter dado outro rumo ao jogo.

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Onze do Sporting: Patrício; Piccini, Coates, Mathieu e Coentrão; William, Battaglia, Bryan Ruiz e Gelson Martins; Bruno Fernandes e Bas Dost.

Suplentes Sporting: Salin, Acuña, Ristovski, Lumor, Petrovic, Misic e Montero.

Onze do Benfica: Varela, Douglas, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Fejsa, Samaris, Pizzi, Rafa, Zivkovic e Raúl.

Suplentes Benfica: Svilar, Luisão, Jonas, Seferovic, Salvio, Cervi e Keaton Parks.