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Açorianos estreiam documentário em festival internacional na Índia

Dois jovens açorianos têm um filme a concurso no International Short Films & Arts Festival, que integra a 15.ª World Rural Health Conference, promovida pela Organização Mundial dos Médicos de Família, na Índia, foi hoje anunciado.

Açorianos estreiam documentário em festival internacional na Índia
Notícias ao Minuto

23:28 - 16/04/18 por Lusa

Cultura Arte

O documentário 'Vive' surgiu na sequência de um estudo sobre as potencialidades do ioga como terapia complementar, realizado no Centro de Saúde de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Instrutora de ioga e médica, Sara Ponte desenvolveu o estudo no âmbito do internato em Medicina Geral e Familiar, entre setembro de 2016 e abril de 2017.

Filipe Tavares, presidente da Associação Regional para a Promoção e Desenvolvimento Sustentável do Turismo, Ambiente, Cultura e Saúde, realizou o documentário sobre o projeto e a produção ficou a cargo da Ventoencanado.

"Um estudo de investigação na área médica tem uma linguagem muito técnica e muitos dados estatísticos. Perde-se a componente vivencial e humana. A ideia do estudo foi dar este outro lado", adiantou, em declarações à agência Lusa, Sara Ponte.

A participação num festival internacional de curtas-metragens, num concurso com mais de 30 projetos, foi uma "feliz surpresa".

"Eu vinha para a Índia fazer uma formação em ioga. Pesquisei por conferências médicas nesse período e encontrei esta promovida pela Organização Mundial dos Médicos de Família. Foi um feliz acaso. O nosso filme encaixava em todos os critérios do festival", revelou a médica, que já se encontra na Índia.

O filme será estreado no festival, que decorre nos dias 26 e 27 de abril, em Nova Deli, sendo posteriormente disponibilizado na Internet.

Para Sara Ponte, mais importante do que vencer o concurso é "dar visibilidade ao estudo e pôr as pessoas a pensar sobre as potencialidades de práticas como o ioga como terapias complementares".

Durante seis meses, Sara Ponte e outra instrutora de ioga deram uma aula semanal a 86 utentes do Centro de Saúde de Ponta Delgada, divididos por cinco turmas.

"O objetivo era perceber se seria possível inserir aulas de ioga num centro de saúde e avaliar o impacto dessas aulas em pessoas que nunca tinham tido contacto com ioga e os efeitos na sua qualidade de vida, a nível físico, psicológico, social e ambiental", salientou a autora do estudo.

Segundo a médica, "os resultados foram bastante interessantes e todos os participantes melhoraram", quando comparados os níveis de 'stress' e ansiedade antes e depois da experiência.

"Conseguimos provar que a prática de ioga ao longo de seis meses tem efeitos significativos na qualidade de vida a nível psicológico", salientou.

A iniciativa envolveu pessoas entre 18 e 70 anos, com diversas patologias, como hipertensão arterial, doenças da tiroide, ansiedade ou depressão, e os dados de quem praticou ioga foram comparados com os dados de um grupo de controlo que não foi submetido a qualquer intervenção.

Muitos dos participantes nesta experiência continuaram a praticar ioga posteriormente, noutro local, mas Sara Ponte espera que "num futuro próximo os centros de saúde passem a integrar estas práticas como terapias complementares".

O International Short Films & Arts Festival destina-se a projetos que espelhem temas que integrem os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, como pobreza, saúde e bem-estar, igualdade de géneros, clima, paz e justiça.

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