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Há mais um cravo Antunes que pode ser ouvido em maio no Museu da Música

O som de um Cravo Antunes, com características diferentes de um seu 'irmão', conhecido mundialmente, o Cravo Antunes de 1758, pode ser ouvido em maio, num recital por Cremilde Rosado Fernandes, no Museu Nacional da Música.

Há mais um cravo Antunes que pode ser ouvido em maio no Museu da Música
Notícias ao Minuto

09:30 - 09/04/18 por Lusa

Cultura Som

Este Cravo Antunes, "praticamente desconhecido do público", datado de 1789, atribuído a João Baptista Antunes, é o "irmão mais novo" do mundialmente conhecido Cravo Antunes, construído em 1758, por Joaquim José Antunes, já classificado como Tesouro Nacional.

Os dois cravos fazem parte do espólio do MNM, em Lisboa, refletindo o de João Baptista Antunes, o facto de ter sido construído "numa altura em que já se ouviam os pianofortes nos salões", e daí ter "uma maior extensão, e um teclado maior, permitindo tocar composições que, no outro caso, não são possíveis, [pelo que] há, assim, uma evolução muito nítida", disse à agência Lusa a diretora do MNM, Graça Mendes Pinto.

O Cravo Antunes (1789) "foi inteiramente restaurado por Geert Karman", que tem uma oficina nos arredores de Lisboa.

Os recentes trabalhos de restauro permitiram dissipar quaisquer dúvidas sobre a paternidade do Cravo, na medida em que este está assinado pelo seu construtor, João Baptista Antunes, em duas teclas.

A estreia do cravo restaurado, por Cremilde Rosado Fernandes, abre, no próximo dia 05 de maio, o VI ciclo "Um Músico, Um Mecenas".

Referindo-se ao Cravo Antunes (1789), Graça Mendes Pinto disse que se trata "de um cravo ibérico, designadamente português, em que a cor exterior é uniforme", com "uma decoração muito bonita com motivos vegetalistas no interior".

O restauro, disse a diretora, "correu muito bem, não houve sobressaltos, houve só certezas, nomeadamente quanto ao seu autor, o que é ótimo, pois está assinado em dois ligares diferentes".

Este "é um irmão desconhecido de um outro cravo, construído por esta família", disse Graça Mendes Pinto, que adiantou que será editado "em breve" um estudo sobre a família Antunes.

Este estudo, de autoria de Ana Paula Tudela, intitula-se "Os Antunes - Mestres portugueses de fazer cravos, pianofortes e pianos (séculos XVIII e XIX)", será publicada pela Imprensa Nacional, tratando-se de estudo biográfico e socioprofissional dos diversos construtores de cravos e pianos da 'dinastia Antunes', que reflete esta atividade em Portugal, nos séculos XVIII e XIX.

Afirmando ser "uma grande alegria" o restauro deste Cravo Antunes, a responsável sentenciou: "Não é só tratar do património, é permitir que ele seja ouvido e recupere a sua função inicial. Não é só para estar numa vitrina ou ser cientificamente estudado".

O cravo é um instrumento de tecla com cordas dedilhadas. A sua forma exterior aproxima-o do piano de cauda, enquanto que o som que produz remete para cordofones, como a viola dedilhada, tendo sido um instrumento habitual nos serões palacianos até finais do século XVIII.

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