CCB dedica tarde de sábado ao escritor Vitorino Nemésio
O escritor Vitorino Nemésio, autor de 'Mau Tempo no Canal', falecido há 40 anos, é mote para um encontro sobre a sua obra, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, no sábado, anunciou esta entidade.
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O CCB adianta, em comunicado, que no sábado, a partir das 15h00, "serão evocados aspetos significativos de Vitorino Nemésio" nas suas diferentes facetas, referindo que o autor "promoveu a extensão e significado da 'açorianidade' - na forte relação da geografia com a história e a criação literária e artística".
A Vitorino Nemésio é atribuída a criação do termo "açorianidade", num artigo sobre a condição histórica, geográfica, social e humana do açoriano, publicado em 1932.
Na jornada de sábado, dedicada ao autor d''O Bicho Harmonioso', "participam entre outras personalidades, Luiz Fagundes Duarte, Luiza Costa e António Valdemar, todos açorianos e com ligações pessoais e intelectuais a Vitorino Nemésio, no decurso de longos anos de convívio e do estudo, investigação e divulgação da sua obra".
A poesia foi a única atividade que Nemésio manteve ininterruptamente entre 1915 e 1976, e depois do êxito que foi a publicação de 'Mau Tempo no Canal' (1944) tentou sucessivamente escrever outro romance, tendo falecido na sua perspetiva. Anteriormente tinha dado á estampa o romance "Varanda de Pilatos" (1926).
A sua obra compreende cerca de 40 títulos, alguns publicados postumamente, nas áreas da ficção, poesia, ensaio e crítica, a par da crónica, como 'Festa Redonda' (1950), 'Nem Toda a Noite a Vida' (1952), 'O Pão e a Culpa' (1955), 'O Verbo e a Morte' (1959), 'O Cavalo Encantado' (1963), 'Canto da Véspera' (1966) e 'Sapateia Açoriana' (1976).
Vitorino Nemésio, na opinião do seu biógrafo António Machado Pires, ex-reitor da Universidade dos Açores, "quando morreu, em Lisboa, a 20 de fevereiro de 1978, era já reconhecido como um dos maiores poetas e romancistas do século XX em Portugal".
O autor, natural da Praia da Vitória, na ilha Terceira, recebeu os prémios Ricardo Malheiro, em 1944, Nacional da Literatura, em 1965 e o Montaigne, em 1974.
Este ano está previsto o início da publicação das obras completas do escritor, em 16 volumes, numa parceria entre a Companhia das Ilhas e a Imprensa Nacional.
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