Antológica com 30 anos da obra de Paulo Quintas inaugurada hoje
Uma exposição antológica da obra de Paulo Quintas, que mostra as técnicas e formas como tem "construído a pintura", sobretudo abstrata, ao longo dos últimos 30 anos, vai ser inaugurada hoje, às 18:00, na Cordoaria, em Lisboa.
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Cultura Lisboa
"Construo pinturas, não pinto pinturas", comentou o artista, em entrevista à agência Lusa na quarta-feira, numa visita ao espaço, que recebe cerca de uma centena de obras, começando pelos anos 1980.
"Todos os títulos estão errados" é o título desta mostra, com curadoria de Isabel Carlos, revelando uma "total resistência" de Paulo Quintas "à interpretação das obras".
"As obras querem ser olhadas, mas não querem palavras", apontou a curadora sobre o trabalho do artista, de 52 anos, nascido na Ericeira, licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
A mostra começa com alguns trabalhos da adolescência do artista, expostos em 'vitrines', e que mostram logo "um vocabulário de formas", e segue para duas obras da primeira exposição individual, de 1989, continuando, no primeiro e segundo piso, em que as décadas se sucedem, embora obras antigas e recentes tenham sido colocadas pontualmente, lado a lado, por ser "um trabalho recorrente, que funciona por ciclos".
"Paulo Quintas trabalha as formas de maneira radical. Quando uma técnica está quase totalmente dominada, muda a técnica. Tem um vocabulário de formas trabalhadas de maneiras distintas, num trabalho sempre marcado pela experimentação", descreveu à Lusa Isabel Carlos, ex-diretora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nas suas várias séries, Quintas tem explorado registos como o Expressionismo Abstrato, a paisagem, a sinalética, o signo, a geometria, através de técnicas muito diversas, "mas sempre trabalhadas de um modo radicalmente experimental e pictórico".
A curadora decidiu convidar o artista para fazer uma antológica, porque considera que "tem vindo a desenvolver, desde o final da década de oitenta, um percurso artístico sólido e radicalmente individual, impermeável a modismos ou tendências diáfanas, e talvez seja por isso que a sua obra não tem tido a visibilidade merecida".
Organizada pelas Galerias Municipais, a exposição é inaugurada hoje, pelas 18h00, na Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria.
O catálogo será lançado com o apoio da Fundação Carmona e Costa e da Documenta, no dia 31 de março, às 17h00, com uma conversa entre Paulo Quintas, a curadora Isabel Carlos e a diretora das Galerias Municipais, Sara Matos.
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