Os 85 anos de Andy Warhol, a idade da Pop Art

As latas de sopa Campbell, as caixas de detergente Brillo, as serigrafias de Marilyn Monroe ou de Mao Tse Tung, entre muitas outras obras, fizeram de Andy Warhol "o príncipe da Pop Art", como o artista plástico ficou conhecido.

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Lusa
03/08/2013 10:33 ‧ 03/08/2013 por Lusa

Cultura

Artistas

Warhol nasceu há 85 anos, a 06 de agosto de 1928, em Pittsburg, nos Estados Unidos, no seio de uma família operária de emigrantes eslovacos, acabando por se transformar, nas seis décadas que se seguiram até à sua morte, em fevereiro de 1987, numa "lenda americana do século XX", como a imprensa especializada o definiu.

Warhol formou-se em 1949, no Carnegie Institute of Technology, em Pittsburgh, seguindo para Nova Iorque, onde trabalhou como artista gráfico e ilustrador de revistas como a Vogue e a Harper's Bazaar, tornando-se rapidamente num dos criadores mais procurados da cidade.

Teve a primeira exposição individual na Hugo Gallery nova-iorquina, em 1952, quatro anos antes de entrar no Museu de Arte Moderna (MoMA), numa mostra coletiva dedicada a "novos valores", com peças inspiradas em personagens do escritor Truman Capote.

A exposição antecede a afirmação do "estilo" de Warhol, que se verificaria na década seguinte: a transposição dos conceitos da publicidade e da produção em massa para a arte, apelando à "reprodução em série" de temas do quotidiano e de artigos de consumo, como caixas de detergente e garrafas de Coca-Cola, e de rostos de personalidades ou de ícones da arte, como Mick Jagger, Che Guevara ou Mona Lisa.

A serigrafia, a colagem e o uso de materiais descartáveis tornaram-se nos meios preferidos de Warhol; a chamada "sociedade de consumo", a sua inspiração.

"Os grandes armazéns são uma espécie de museus", disse o artista em diferentes entrevistas, embora a frase tenha ficado menos célebre do que a sua similar, sobre "os quinze minutos de fama" que "a todos" prenunciava.

Para Warhol o ciclo criativo completava-se com a "produção em massa" das suas próprias obras. É nesse contexto que funda a "Factory" (Fábrica), em Nova Iorque, em 1962, um estúdio de arte que também foi um estúdio de cinema (assinou cerca de três centenas de títulos "underground") e de música, transformando-a numa espécie de laboratório para gerações de criadores.

Lou Reed e os Velvet Underground afirmam-se com o apoio de Warhol, sucedendo-se a integração da cantora e modelo de origem alemã Nico, na banda que também era de John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker.

Até ao fim da vida Warhol continuou a apoiar artistas como, entre outros, Keith Haring e Jean-Michel Basquiat, que se destacaram pelos "graffitis" em Manhattan, ou o fotógrafo Robert Mapplethorpe.

"Warhol foi uma das pessoas mais aborrecidas que já conheci", afirmou Robert Hughes, antigo crítico de arte da revista Time, numa entrevista à brasileira Veja, em 2007.

O crítico de origem australiana, que morreu exatamente a 06 de agosto de 2012 - o dia em que Warhol cumpriria 84 anos -, reconheceu a "lenda de Warhol" e a sua "relevância no começo dos anos 60", mas assegurou não ter dúvidas de que "a reputação [do artista] é a mais ridiculamente sobrestimada do século XX".

Em 2012, Andy Warhol liderou os leilões, a nível mundial, com vendas acumuladas superiores a 329 milhões de dólares (cerca de 252 milhões de euros), de acordo com os números da sociedade francesa ArtPrice, divulgados em março deste ano.

Em Portugal, destaca-se o quadro de Warhol, do Museu Berardo, em Lisboa, avaliado em 12 milhões de euros, numa coleção que inclui ainda várias "Brillo Box" e latas "Campbell Soup", dos anos 60, além de "Portfólios", que incluem Judy Garland, Jacqueline Onassis e Liza Minnelli, vindos da década de 1980.

Andy Warhol morreu a 22 fevereiro de 1987. Em maio de 1994, um museu com o seu nome foi inaugurado em Pittsburg, a cidade natal.

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