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Pintura de Álvaro Pires de Évora leiloada hoje em Nova Iorque

A pintura 'A Anunciação', parte de um díptico pintado pelo artista português Álvaro Pires de Évora, entre 1430 e 1434, e que pertence a um colecionador privado, vai hoje a leilão, em Nova Iorque, pela leiloeira Sotheby's.

Pintura de Álvaro Pires de Évora leiloada hoje em Nova Iorque
Notícias ao Minuto

08:30 - 01/02/18 por Lusa

Cultura Arte

O leilão está marcado para as 18h00 em Nova Iorque (23h00 em Lisboa) e a pintura, que tem 30,5 por 22 centímetros, terá uma base de licitação entre 150 mil e 250 mil dólares, ou seja, entre 122.400 euros e 204 mil euros.

O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, apresentou formalmente uma proposta à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) no sentido de a obra ser adquirida pelo Estado português, sustentando a sua relevância para o património nacional.

Contactado pela agência Lusa, há duas semanas, sobre uma possível aquisição, o Ministério da Cultura disse que a DGPC tinha recebido a proposta e estava a analisá-la, escusando-se a adiantar mais informações sobre a ida da obra a leilão avançada pelo jornal Público.

De acordo com os dados presentes no catálogo da Sotheby's, a posse do quadro remonta à família do colecionador suíço Heinz Kisters (1912-1977), que o vendeu ao antigo chanceler alemão Konrad Adenauer (1876--1967), e o adquiriu de novo, mais tarde, aos herdeiros do primeiro chefe de Governo da Alemanha Ocidental, chegando o quadro por herança ao atual dono.

O cadastro dá conta apenas de duas exposições públicas do quadro: a primeira em Estugarda, na Alemanha, em 1959, integrado numa mostra dedicada a antigos mestres, e, mais tarde, na exposição "Álvaro Pires de Évora: um pintor português na Itália do Quattrocento", do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para a Lisboa 1994 -- Capital Europeia da Cultura, emprestado pelo seu proprietário.

Ainda segundo o catálogo da Sotheby's, o quadro fez parte dos lotes do leilão da chamada "Coleção Konrad Adenauer", realizado pela Christie's, em Londres, em junho de 1970, tendo ficado sem comprador.

Por seu turno, o PSD entregou, entretanto, um requerimento, no parlamento, defendendo que o Governo deve comprar a obra de arte quinhentista.

"A obra em causa, pintada a têmpera e sobre fundo de ouro, com quase 600 anos, representa uma oportunidade rara para o acervo artístico nacional", justificou, na altura, o grupo parlamentar do PSD no projeto de resolução entregue na Assembleia da República.

Para o PSD, esta obra e o autor, que nasceu em Évora e morreu em Itália, "são da maior importância para a compreensão da arte da pintura em Portugal, não só pela inegável relevância artística, mas também pelo período ao qual pertence a obra, que lhe acrescenta relevância histórica".

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