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Mulher militar protagoniza romance de Mário Silva Carvalho

Antónia Rodrigues, que viveu entre finais do século XVI e princípios do seguinte, foi uma ilustre militar, condecorada pela Coroa, que inspirou o mais recente romance histórico de Mário Silva Carvalho, "A Amazona Portuguesa".

Mulher militar protagoniza romance de Mário Silva Carvalho
Notícias ao Minuto

21:30 - 30/01/18 por Lusa

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Natural de Aveiro, onde nasceu em 1580, segundo o escritor, Antónia Rodrigues "viveu uma vida de aventura, tendo-se destacado na defesa da fortaleza portuguesa de Mazagão [em Marrocos], o que lhe valeu uma tença do rei Filipe II", de Portugal.

O "encontro" do autor com esta personagem foi ocasional, numa confraternização com amigos em Aveiro, onde se deparou com uma placa toponímica que aludia à "heroína" que se vestiu de homem e se alistou no exército.

Em declarações à agência Lusa, Mário Silva Carvalho disse que ficou "intrigado" com a placa e, apesar de estar a meio de outro romance, decidiu investigar e saber quem "de facto tinha sido" Antónia Rodrigues.

Entre a investigação de documentação e obras, entre elas, "Descrição do Reino de Portugal", de Duarte Nunez Leão (1610), e a escrita do romance, Silva Carvalho levou cerca de um ano.

"Nunez Leão nesta obra comparou-a à deusa Cleia dos romanos, e advoga que se devia construir uma estátua em Mazagão à aveirense, que descreve como 'ainda moça, muita viva e de bonita figura'", disse o autor.

O retrato que o escritor traça de Antónia Rodrigues é que era "uma menina triste, de feitio difícil, que não gostava das brincadeiras das meninas, ajudava o pai [que tinha um barco], e seria o que hoje chamamos 'uma Maria-rapaz'".

Uma vida de aventura que a levou a Mazagão, então praça sob bandeira portuguesa, onde "os seus feitos como soldado espingardeiro e cavaleiro levaram o rei Filipe II a conceder-lhe uma tença vitalícia".

Sobre a sua narrativa, o autor afirmou que procura "sempre dar um rosto humano às personagens, uma alma, sem descurar a teia histórica".

"Num romance histórico navegamos entre a realidade histórica e a ficção, é uma navegação livre, não podemos deixar de nos referir aos factos históricos e às personagens, mas podemos dar a estas cambiantes, e há toda uma envolvência narrativa que é ficcional e criativa", defendeu.

Mário Silva Carvalho, de 69 anos, licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, fez carreira na banca e nos seguros, e é autor do "Diário de um Carbonário", que lhe valeu o Prémio João Gaspar Simões em 2013, e em 2016 publicou "A Tomada de Madrid".

Atualmente, está a trabalhar num livro, que começará a escrever em março, cuja ação se desenrola entre os anos de 1910 e 1918.

Este ano irá publicar um outro livro, que escreveu há mais de dois anos, cuja ação se prolonga "de 1830 aos nossos dias".

"Gosto de deixar os meus livros a 'hibernar', escrevo-os e guardo-os e passado um tempo, volto a pegar neles e faço as emendas que entendo", disse o autor.

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