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Gallimard recua na intenção de editar textos antissemitas de Céline

A editora francesa Gallimard anunciou hoje que já não vai editar três textos antissemitas do escritor Céline, depois de várias semanas de polémica por causa deste plano editorial.

Gallimard recua na intenção de editar textos antissemitas de Céline
Notícias ao Minuto

21:14 - 11/01/18 por Lusa

Cultura Editora

"Em nome da minha liberdade de editor e da minha sensibilidade em relação ao meu tempo, suspendo este projeto, por entender que não estão reunidas as condições metodológicas e de memória para o fazer serenamente", afirmou o editor Antoine Gallimard à agência France Press.

Em causa estão três textos panfletários de Céline, considerados antissemitas, editados originalmente entre 1937 e 1941: 'Bagatelles pour une massacre', 'L'Ecole des cadavres' e 'Les beaux draps'.

Há cerca de um mês a editora Gallimard revelou que tencionava reeditá-los numa "edição crítica" e "sem complacências", depois de ter obtido um acordo com a viúva de Céline, Lucette Destouches, atualmente com 105 anos.

A intenção da Gallimard originou um debate intelectual e político em França, que acabou por envolver o primeiro-ministro, Édouard Philippe, que defendia uma contextualização da edição: "Há excelentes razões para detestar o homem, mas não se pode ignorar o escritor nem o seu lugar central na literatura francesa", afirmou.

Serge Klarsfeld, responsável por uma associação de descendentes de judeus deportados em França e conhecido por defender a memória do Holocausto, foi uma das vozes que pediu a proibição da reedição, por considerar que os textos de Céline podem incitar ao ódio racial e ao extermínio dos judeus.

Ainda antes de estalar a polémica, Antoine Gallimard justificava a edição dizendo que os panfletos de Céline "pertencem à história do mais infame antissemitismo francês", pelo que "condená-los à censura" seria impedir que se conheçam as suas raízes.

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