Britânico Jon McGregor vence Prémio Literário Costa com' Reservoir 13'
O escritor britânico Jon McGregor venceu o prémio literário Costa 2017 com o romance 'Reservoir 13', enquanto Gail Honeyman foi a vencedora na categoria de romance de estreia, com "Eleanor Oliphant is Completely Fine", já publicado em Portugal.
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O anúncio foi feito pela organização do Prémio Literário Costa, que indicou também Helen Dunmore, que morreu em junho de 2017, com 64 anos, como vencedora a título póstumo na categoria de poesia.
O Prémio Costa para melhor biografia foi atribuído a "In the days of rain", de Rebecca Stott, e "The Explorer", de Katherine Rundell, foi considerado o melhor livro infantil.
"Reservoir 13", que também já tinha sido finalista, no ano passado, do Prémio Man Booker, e que ainda não está publicado em Portugal, conta a história de uma adolescente que, durante as férias, no inverno, desaparece nas montanhas, no coração de Inglaterra.
Os cidadãos são chamados a juntarem-se à polícia nas buscas pela rapariga, mas entretanto há trabalho a fazer - vacas precisam de ser mungidas, cercas reparadas, pedras cortadas, cervejas derramadas, camas feitas, sermões escritos e uma pantomima ensaiada -- e as buscas continuam, mas a vida do dia-a-dia também.
O júri considerou este livro "hipnótico, empolgante e original" e afirmou: "Este romance assombroso simplesmente arrasou-nos".
O livro de estreia de Gail Honeyman, "Eleanor Oliphant is Completely Fine", publicado em Portugal pela Porto Editora, com o título "A educação de Eleanor", trata de uma mulher que acredita ter uma vida normal, centrada numa rotina de trabalho, vodca, refeições pré-cozinhadas e conversas telefónicas semanais com a mãe, até ao momento em que conhece um técnico informático, e ambos socorrem um idoso desmaiado, acontecimento que lhe vira a vida ao contrário.
"Eleanor Oliphant é completamente fantástico. Fim.", afirmou o júri fazendo um trocadilho com o título original.
Helen Dunmore venceu o prémio pelo livro de poesia "Inside the wave", sintetizado como uma obra que se centra na linha limite entre os vivos e os mortos, em que estar vivo é estar dentro de uma onda, viajando sempre, até que rebente e desapareça.
Um livro sobre a mortalidade, escrito nas últimas semanas de vida da autora, e que o júri classificou como "um surpreendente conjunto de poemas - uma final, grande conquista".
O livro biográfico "In the days of rain" foi escrito por Rebecca Stott, quando o seu pai, no leito de morte, lhe pediu ajuda para escrever as memórias com as quais lutou durante anos.
Ele queria contar a história da sua família que, durante várias gerações, pertenceu a uma seita fundamentalista cristã, mas de cada vez que chegava a certo ponto, ficava enredado num mato de memórias dolorosas e não conseguia prosseguir.
"Uma vencedora destacada. Ficámos todos completamente agarrados e abismados com aquela vida única e com a forma primorosa como a autora a conta", descreve o júri.
No livro infantil "The Explorer", depois de se despenharem no coração da Amazónia, longe da civilização, quatro amigos veem-se sem comida, água ou hipótese de resgate, mas estão vivos e têm esperança, e enquanto negoceiam a selva, começam a encontrar sinais de que algo ou alguém esteve ali antes deles, e que poderá, afinal, haver uma saída.
O júri considerou esta história "uma leitura gloriosa e uma viagem de maravilha sem tempo, que será apreciada por leitores dos 8 aos 80 anos".
O Costa Book Award é um prémio literário atribuído anualmente a livros escritos em inglês de autores residentes no Grã-Bretanha e na Irlanda e é considerado um dos mais importantes e prestigiantes prémios literários do Reino Unido, tendo sido criado em 1971.
O prémio é aberto a autores que vivem na Grã-Bretanha e na Irlanda.
No ano passado, foi atribuído a Sebastian Barry, por "Days Without End" (publicado em Portugal pela editora Bertrand, com o título "Dias sem fim"), uma história de amor entre dois soldados norte-americanos, passada em 1850.
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