Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 24º

"Quem só espera, nunca alcança". O novo livro do ex-ministro da Educação

'Quem só espera, nunca alcança' é o novo livro do ex-ministro da Educação Marçal Grilo, que cruza memórias com opinião sobre o passado e o presente de temas como a educação e a política.

"Quem só espera, nunca alcança". O novo livro do ex-ministro da Educação
Notícias ao Minuto

11:12 - 21/11/17 por Lusa

Cultura Marçal Grilo

"Não é um livro de memórias, mas sim um livro que procura mostrar ao leitor alguns dos problemas que nos afeta e que têm de ser enfrentados no futuro imediato", explicou Marçal Grilo em declarações à agência Lusa.

A jornalista Dulce Neto, que colaborou na escrita do livro, refere que este "não é um livro neutro" porque Marçal Grilo, o independente que ocupou a pasta da Educação entre 1995 e 1999, tem sempre uma opinião sobre as questões, porque, tal como ele o refere no livro, "ser independente não é ser neutro".

O título do livro, que será lançado hoje na Fundação Calouste Gulbenkian com apresentação de António Vitorino, resume uma das bases do pensamento de Marçal Grilo de que a vida exige trabalho e estudo e que não há neutralidade.

"Ou os mais novos se preparam muito bem e têm uma grande qualidade pessoal, vontade de aprender e de trabalhar, capacidade de iniciativa e de inovação e sabem jogar com a mudança, ou se ficam sentados à espera que lhes tragam o almoço e o jantar, não vão a lado nenhum. Quem só espera, nunca alcança", escreve Marçal Grilo no livro.

Do Periodo Revolucionário em Curso (PREC) ao Governo, da educação ao futuro do país, este é, promete desde logo a capa, um livro com 21 lições de um humanista que encerram cada um dos capítulos e a primeira lição é: "Pensar por si próprio".

"Temos de ser capazes de escolher, de tomar posições e encontrar caminhos. A ideia que procuro transmitir é de que temos a capacidade para intervir mas as coisas não nos podem aparecer se ficarmos paralisados", disse Marçal Grilo em declarações à Lusa.

"Escrevi-o a partir de longas conversas com o ex-ministro da Educação e depois de ler quase 100 dos seus diários. É um livro que mostra como um filho de pai germanófilo e mãe que impõe a estrita lei católica na família, se torna num homem de pensamento livre", explica Dulce Neto.

E a jornalista acrescenta: "é um livro de cheiros, sabores e sons, os da infância de Castelo Branco, mas também os do deserto de Abu Dhabi ou do auditório da Gulbenkian. É um livro que nos conta o caos do PREC, mas também as pressões no Governo e inquietações nos corredores alcatifados da maior fundação portuguesa".

Nas 333 páginas, há referências ao primeiro-ministro Antonio Costa que classifica como o "Grande Houdini" por considerar que foi capaz de encontrar um equilíbrio que há uns meses parecia impossível à maioria dos observadores: "compatibilizar reivindicações específicas de dois partidos anti-europeistas com o que são os compromissos internacionais de Portugal ao abrigo da União Europeia".

"Quando António Costa parece estar completamente encurralado, preso por várias cadeias que o atam todo, consegue soltar-se, parece o grande Houdini", escreve.

Dos tempos em que era ministro da Educação, no capitulo 10 intitulado "O conselho de ministros não é um clube de amigos" e que conclui com a lição "ser capaz de dialogar", Marçal Grilo fala dos sindicalistas, dos estudantes e dos deputados com quem se cruzou nos vários debates, e destes últimos critica, por exemplo, a distração enquanto se debatia o pacto educativo porque estava a decorrer um jogo de futebol.

Em quase todos os capítulos a educação é um dos temas.

Porque, na verdade, como diz a jornalista na nota introdutória, é assim que Marçal Grilo se define: "Eu sou um homem da educação" e é com a Educação que encerra o livro quando conta o que sempre diz quando vai às escolas.

"Senhores professores, deem asas aos vossos miúdos, ponham-nos a voar, porque eles voam, é preciso é pô-los a voar" disse concluindo: "Se eu voei? Continuo a voar. Enquanto a cabeça o permitir eu voo".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório