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Companhia Mala Voadora estreia novela ecológica 'Amazónia' em Lisboa

A companhia de teatro Mala Voadora estreia a 09 de novembro, no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, a peça 'Amazónia', que relata a experiência de um grupo de pessoas a criar "uma novela ecológica" na floresta amazónica.

Companhia Mala Voadora estreia novela ecológica 'Amazónia' em Lisboa
Notícias ao Minuto

16:12 - 03/11/17 por Lusa

Cultura Teatro

O novo espetáculo, que estará na sala lisboeta de 09 a 19 de novembro, sucede a "Moçambique" e encerra o díptico, explorando a ideia de que "a história da produção artística é uma sucessão de apropriações mais ou menos transformadoras" e a relação da espécie humana com a Natureza.

Em agosto, Jorge Andrade, que volta a assinar, depois de "Moçambique", o texto e direção da peça, já tinha descrito à Lusa a linha geral de "Amazónia".

Um grupo de pessoas tenta fazer "uma telenovela sobre a causa ecológica, e no processo dão cabo da própria Amazónia", chegando à conclusão que "a exterminação voluntária da espécie humana" é a melhor solução para diminuir o impacto sobre o planeta, explicou.

As personagens descritas são as mesmas que protagonizaram "Moçambique", em que o dramaturgo, encenador e ator explorou o seu passado naquele país africano ao ficcionar a vida que teria tido se tivesse continuado a viver em solo moçambicano.

"O plano é ir para a Amazónia gravar uma telenovela ecológica. O planeta precisa, as pessoas interessam-se, é ético, é urgente, vai ter audiências", pode ler-se na apresentação do espetáculo, em que a companhia explana o mote das personagens da peça, cuja estreia está integrada na programação de Lisboa-Capital Iberoamericana da Cultura 2017.

Dentro da ideia de ecologia, as personagens embrenhadas na floresta amazónica acabam por chegar à conclusão de que devem "reciclar aquilo que já existe" e "obedecer a princípios rigorosos de poupança de matéria prima", tomando como medidas repetir cenas, deixar de falar e utilizar apenas sons, ou reutilizar elementos de outras peças.

Entre as "coisas emprestadas de outros espetáculos" está o cenário de "Hunting Scene", de Cláudia Gaiolas e Daniel Worm, um desenho de luz de Nuno Meira 'emprestado' a Rui Monteiro, músicas "de outros espetáculos da Mala Voadora", da autoria de Rui Lima e Sérgio Martins, além de cenas de outras peças de teatro.

"'Amazónia' é o espetáculo do futuro, um espetáculo verde. Um eco-espetáculo", descreve a companhia, que este ano recebeu por "Moçambique" o prémio de Melhor Espetáculo da Sociedade Portuguesa de Autores.

Dentro do esquema de poupança está também a linha narrativa da peça, em que se misturam três histórias, a da própria novela, a do grupo de artistas e a "longa história dos empreendimentos levados a cabo na Amazónia", bem como a "fraude" da criação, que é "afinal apenas uma capa para o negócio".

Além de Jorge Andrade, fazem parte do elenco Bruno Huca, Isabél Zuaa, Jani Zhao, Marco Mendonça, Tânia Alves e Welket Bungué.

A unir os dois espetáculos está também "o mesmo ponto de partida", além de retratar a iniciativa com uma "dimensão claramente colonizadora", ainda que se "Moçambique" se prendia com a verdade, em "Amazónia" a busca é pela "verosimilhança".

Depois da temporada em Lisboa, de 09 a 19 de novembro, o espetáculo passa pelo Theatro Circo, em Braga, a 24 e 25 de novembro, antes de ser apresentado no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, a 26 e 27 de janeiro de 2018.

Ainda dentro do tema das preocupações ambientais e ecologia, a associação da Mala Voadora participa no Fórum do Futuro com dois oradores convidados e uma exposição de arte, "Happy Together", que será inaugurada no sábado.

Tiago Cadete apresenta "Amazónia não é uma ficção", sobre "a documentação de uma viagem de dez dias à Amazónia" que vai fazer "com a intenção de tirar apenas uma fotografia representativa", enquanto Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo mostram "Horto -- Uma forma que vem do toque", uma instalação "que parte da troca de afetos entre o homem e a planta".

"A Amazónia é o sítio mais triste do mundo" foi a outra proposta selecionada, da autoria de Sónia Baptista, Carolina Campos, Júlia Rocha e Raquel Melgue, com uma "narrativa poética sobre atrações e repulsões" que reflete sobre a Amazónia e como a floresta "é triste porque está a desaparecer".

Quanto às conferências, Les U. Knight apresenta a 10 de novembro, na Galeria da Biodiversidade, o Movimento para a Extinção Voluntária da Espécie Humana, que fundou.

O ativista norte-americano defende o fim da reprodução humana pela sustentabilidade do planeta através da organização, criada em 1991, e é um dos dois oradores convidados da Mala Voadora na quarta edição do Fórum do Futuro, a par de Koert van Mensvoort.

O artista e filósofo holandês apresenta no Rivoli, a 11 de novembro, o conceito de "Next Nature", que tem defendido e que passa pela incorporação da tecnologia na Natureza.

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