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'Apagão' reflete sobre a importância da imagem na escuridão

Os coreógrafos David Marques e Tiago Cadete criaram o espetáculo "Apagão", uma reflexão sobre a importância da imagem, que terá estreia numa sala com escuridão total, a 07 de novembro, no espaço Negócio, da Galeria Zé dos Bois (ZDB), em Lisboa.

'Apagão' reflete sobre a importância da imagem na escuridão
Notícias ao Minuto

16:46 - 02/11/17 por Lusa

Cultura Espetáculo

"A escuridão é total. No centro do espetáculo está a perceção, através de sons e das vozes, mas o mais importante foi refletir sobre o escuro, a ausência de luz, e a relação com a imagem e o seu lugar na arte", explicaram os coreógrafos contactados pela agência Lusa.

A estreia acontece nos dias 07, 08 e 09, na ZDB, e haverá nova apresentação a 23 de novembro, em Montemor-o-Velho, no Festival Citemor, sendo o espetáculo resultado de uma coprodução com o Festival Temps D'Images.

Tanto o bailarino e coreógrafo David Marques como o coreógrafo e artista visual Tiago Cadete já tinham colaborado em trabalhos anteriores, e existiam interesses comuns no domínio da construção da imagem, que decidiram explorar num novo espetáculo.

O tema da escuridão surgiu durante uma residência durante a qual pensaram na temática da paisagem e da "evidência da força da natureza": "Na escuridão, enquanto ouvimos um cão a ladrar, surgiram perguntas e o interesse pelo escuro", recordou David Marques.

"As pessoas vão ser convidadas a entrar com uma luz vinda do exterior e ficam completamente às escuras, tal como os alter ego dos dois artistas, em palco", descreveu Tiago Cadete.

Foi acrescentada uma componente sonora ao espetáculo, no qual entra a palavra, mas os criadores não quiseram que a escuridão se tornasse "mais pesada do que já é".

"O escuro acarreta em si mesmo um mistério assustador", acrescentou, indicando que ambos vão debater o tema em palco, e, ao mesmo tempo, fazer com que o público pense na imagem.

Com criação e interpretação de David Marques e Tiago Cadete, a peça tem desenho de luz de Rui Monteiro, fotografia de José Carlos Duarte.

David Marques nasceu em Torres Novas, em 1985, é formado pela Escola Superior de Dança de Lisboa e frequentou a formação ex.e.r.ce do Centre Chorégraphique National de Montpellier, em França, dirigida por Mathilde Monnier, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Começou a desenvolver o seu trabalho como coreógrafo em 2007, com o apoio da EIRA, em Lisboa, e, desde então, tem vindo a apresentar as suas peças em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Ucrânia e Israel.

Criou "Motor de Busca", "Future Plans", "KIN" e "Conquest", uma adaptação coreográfica de um solo de Deborah Hay, comissariado pela Fundação de Serralves.

Tiago Cadete nasceu em Faro, em 1983, vive atualmente entre Lisboa e o Rio de Janeiro, e o seu trabalho situa-se na fronteira entre as artes performativas e visuais.

É licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, e pós graduado em dança pela Faculdade Angel Vianna, no Rio de Janeiro.

Como intérprete, trabalhou com Francisco Camacho, Carlota Lagido, Sílvia Real, Mariana Tengner Barros, Gustavo Ciríaco, Tino Sehgal, Jorge Silva Melo, João Brites e Alfredo Martins.

Entre as suas peças estão "Golden" e "Alla Prima" e, desde 2009, colabora regularmente com Raquel André.

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