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Edgar Martins leva morte violenta em fotografia à Paris Photo

Um projeto fotográfico do artista visual Edgar Martins que incide sobre a morte violenta, com base em registos forenses, vai ser apresentado na Paris Photo - Feira Internacional de Fotografia de Arte, de 08 a 12 de novembro.

Edgar Martins leva morte violenta em fotografia à Paris Photo
Notícias ao Minuto

14:33 - 31/10/17 por Lusa

Cultura Artistas

O título deste recente projeto do artista português é 'Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios' e foi apresentado no ano passado no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.

De acordo com a The Moth House, plataforma dedicada à arte contemporânea estabelecida em Londres, em 2002, por Edgar Martins e André Montenegro, o projeto estará na feira, que decorrerá no Grand Palais.

'Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios' começou a estruturar-se no decurso de uma pesquisa de Edgar Martins no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), em Lisboa e Coimbra.

Ao longo de três anos, realizou mais de 1.000 fotografias e digitalizou mais de 3.000 negativos do vasto espólio do INMLCF.

Uma parte significativa destas imagens representa provas forenses, nomeadamente armas e objetos usados em crimes e suicídios, mas também locais de crime, máscaras fúnebres, projéteis, cartas de suicidas e atividades inerentes ao trabalho do médico-legista.

A par destas fotografias, Edgar Martins começou também a recuperar imagens do seu arquivo, ou a produzir novas fotografias sobre outros assuntos, pensadas como contraponto visual, narrativo e conceptual.

Neste projeto, o tema da morte é explorado "através de uma articulação produtiva entre registos documentais e factuais - vinculados a casos reais e cumprindo as exigências científicas e funcionais do INMLCF - e imagens que procuram incitar o potencial especulativo, ficcional e imaginário em torno do tema".

Neste sentido, "é um trabalho que se propõe a perscrutar as tensões e as contradições inerentes à representação e imaginação da morte, em especial da morte violenta, e correlativamente sobre o papel decisivo, mas profundamente paradoxal, que a fotografia -- nas suas implicações epistemológicas, estéticas e éticas -- tem exercido na sua perceção e inteligibilidade", de acordo com uma nota sobre o projeto.

Este trabalho marca uma transição significativa na trajetória criativa de Edgar Martins, depois de projetos anteriores nos quais sobressaía a homogeneidade formal e uma maior incidência de temáticas em torno da tecnologia, da arquitetura, da paisagem e da noção de lugar.

Neste novo projeto, o artista incluiu um conjunto mais vasto e diversificado de tipos e processos visuais -- fotografias, apropriações, projeções, instalação, texto -- assinalando uma "crescente inclinação por uma perspetiva mais híbrida e expandida da prática da fotografia e da experiência das imagens".

Nascido em Évora e a residir em Londres, Edgar Martins, 38 anos, é autor do primeiro projeto artístico sobre a Agência Espacial Europeia, com fotografias das instalações e equipamento realizadas em nove países de três continentes, e apresentado em 2014.

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