O novo álbum de Tiago Bettencourt, ‘A Procura’, sai a 29 de setembro mas já é possível perceber o tom deste sexto trabalho de originais pelos dois singles já lançados: ‘Se Me Deixasses Ser’ e ‘Partimos a Pedra’. O uso mais preponderante de sintetizadores veste a composição intimista de Bettencourt de um sentimento de nostalgia feliz, como quem regressa à adolescência por alguns minutos, para bater o pé ao som de uma outra altura.

Para perceber o álbum na sua totalidade terá de se esperar o final de setembro, mas as primeiras faixas adivinham um trabalho feito a partir de um lugar feliz. “Comecei a apaixonar-me por teclados antigos e pelos sons que esses teclados já traziam, que no fundo nos fazem recordar coisas que nós já ouvimos”, explica Bettencourt em entrevista ao Notícias ao Minuto.

Quando questionado sobre se estas duas faixas contrastam com o sentimento do single do álbum anterior, ‘Aquilo Que Eu Não Fiz’, uma faixa com uma mensagem latente mais crítica, Tiago Bettencourt elucida: “Acho que Portugal mudou mas acho que também vamos passando fases diferentes na vida, nos meus álbuns falo de variadíssimas coisas e tento fazer as letras suficientemente vagas para cada pessoa tirar de lá a sua mensagem e não a minha”.

“Tanto que ‘Aquilo Que Eu Não Fiz’ escrevi-a por uma razão e hoje em dia canto-a por outra razão completamente diferente. Tem a ver com as reações que recebi da parte do público, que me fizeram olhar para a música de forma completamente diferente”, acrescenta.

O sentimento de nostalgia ou de melancolia que transparece ao ouvir as novas músicas tem que ser visto à luz de uma das paixões de sempre de Bettencourt, o fado. “Ouço fado desde muito cedo, se não fosse o fado não tinha sequer começar a escrever”, esclarece, lembrando as colaborações com Carminho, por exemplo, ou as produções de álbuns de Kátia Guerreiro ou Raquel Tavares.

Embora acredita que canta mal o fado, sublinha que é uma coisa que “inspira muito”. Se a Madonna aparecesse numa casa de fado, agora que cá mora, “tentava cantar um fadinho”. “Ou então cantava uma das minhas, não ia dizer que não, acho que ia ser engraçado”, brinca.

Para esta sexta-feira, nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos, no âmbito do Belém Art Fest, promete “um concerto um bocadinho mais intimista”.

“Fomos buscar músicas um bocadinho mais calmas, o que não quer dizer que seja acústico, levamos a parafernália toda, mas será mais intimista porque acho que o espaço também está a pedir isso. Vai ser um concerto diferente do que temos feito agora durante o verão”, termina.

Recorde-se que esta sexta-feira, no mesmo espaço, atua ainda Valter Lobo (às 21h00). Há, no entanto, outros espaços com música como o Museu Nacional de Arqueologia (Sean Riley & The Slowriders às 23h), os Jardins do Palácio de Belém (Cais do Sodré Funk Connection às 23h00) ou o Museu Coleção Berardo (Thunder & CO. às 23h, DJ Ride às 00h00, DJ Jonydafox às 1h00 e Dynamic Duo às 2h30).

Os cantores Rui Veloso e Surma, as duplas Dead Combo e Octa Push são alguns dos artistas que atuarão no sábado, dia 16. Pode consultar a programação aqui e comprar bilhetes (preço unitário de 20 euros) aqui ou nos seguintes locais: FNAC, Worten, El Corte Inglés, Agência ABEP.

O Belém Art Fest é uma produção da Amazing Adventure, em parceria com a promotora Everything is New, a Direção-Geral do Património cultural, o Museu Coleção Berardo, a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de Belém.