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Marie Burki, Ana Hatherly e os espelhos na temporada da Gulbenkian

O trabalho das artistas Marie José Burki e Ana Hatherly, e a presença dos espelhos na iconografia europeia compõem a nova temporada de exposições da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a partir de 15 de setembro.

Marie Burki, Ana Hatherly e os espelhos na temporada da Gulbenkian
Notícias ao Minuto

16:50 - 31/08/17 por Lusa

Cultura Exposição

Contactada pela agência Lusa a propósito da rentrée cultural, fonte da instituição indicou que o Museu Calouste Gulbenkian, na sua vertente da Coleção Moderna, inaugura nesse dia a exposição 'Às vezes Sombra, às vezes Luz', de Marie José Burki, com filmes e instalações com objetos.

Inserida no Espaço Projeto, esta exposição da artista nascida na Suíça, em 1961, ficará patente até 20 de novembro e é uma adaptação de um projeto realizado este ano para o Centre Régional de la Photographie, Nord Pas-de-Calais à Douchy les Mines, na França, e para o Kunsthaus Pasquart de Bienne, na Suíça.

Marie José Burki trabalha sobretudo em suporte fílmico, mas também recorrendo à fotografia, à serigrafia e a objetos em instalações, apresentando personagens anónimas e banais ou inspiradas em textos literários, "que protagonizam uma suspensão no tempo e no espaço, um momento da sensibilidade, do devaneio, do quotidiano, da pose ou da surpresa", segundo a Gulbenkian.

Em outubro, será a vez de Ana Hatherly apresentar o seu trabalho numa exposição intitulada 'Num Jardim Feito de Tinta', que reflete a influência do movimento Barroco na obra da artista.

Entre 13 de outubro e 15 de janeiro de 2018, esta exposição-ensaio também revela como a investigação e experimentação de Ana Hatherly revaloriza aquele "denegrido período histórico e modifica a nossa conceção do passado".

Na exposição, Ana Hatherly junta objetos, obras e documentos de períodos históricos distintos, compondo um percurso expositivo a partir de categorias essenciais do Barroco: o 'Mundo como Labirinto', a importância do 'Lúdico', a 'Vida como Nada diante da Morte', a 'Alegoria e a folia da Interpretação', o 'Diálogo oblíquo entre pintura e poesia', e a 'Metalinguagem' da obra de arte que se reflete a si mesma.

"São muitas as portas de entrada neste edifício, pois também foram variadas as declinações da obra de Ana Hatherly: nos ensaios e investigação académica; na poesia e na prosa; nos desenhos, nas re-colagens, nas performances, nos filmes, nos programas televisivos... Um labirinto onde tudo gira à volta da escrita, como afirmou. Esse jardim feito de tinta, onde a artista reinventa o mundo caminhando por entre signos, é o lugar enigmático do jogo -- e desta exposição como jogo", sublinha um texto sobre a exposição.

Com curadoria de Paulo Pires do Vale, em colaboração com Nuno Vassallo e Silva, a exposição estará patente no quadro da Coleção do Fundador no Museu e na Galeria inferior das instalações.

'Do outro lado do Espelho' é a exposição que se segue, remetendo intencionalmente para o mundo de Alice, a heroína do escritor Lewis Carroll (1832-1898), pretendendo demonstrar a sua presença do espelho na iconografia da arte europeia, sobretudo na pintura, mas também em obras com outros suportes, como escultura, arte do livro, fotografia e cinema.

De 26 de outubro a 05 de fevereiro de 2018, o público poderá entrar num mundo de espelhos usados pelos artistas para entrar noutras dimensões, desde a espiritualidade, a ilusão ou o pesadelo.

"Embora a primeira finalidade do espelho seja a representação fiel das aparências, refletindo uma visão coerente do mundo, nem sempre os artistas o utilizaram como tal, preferindo favorecer a ambiguidade e a fragmentação, de acordo com os efeitos pretendidos, que muitas vezes são de ordem filosófica, em detrimento da representação mimética da realidade", refere o mesmo texto divulgado pela fundação.

Constituída por 69 obras, número-espelho, a exposição está dividida em cinco núcleos temáticos, precedidos por três figuras introdutórias: uma escultura que funciona como convite à visita, uma pintura que introduz o tema da mostra, e um espelho-objeto.

Com curadoria de Maria Rosa Figueiredo e Leonor Nazaré, esta exposição ficará patente na Galeria Principal do edifício-sede da Gulbenkian.

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