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Artistas solidários preocupados que apoio chegue às populações

Artistas e mais de 14.000 pessoas juntaram-se terça-feira no Meo Arena, Lisboa, no concerto solidário com as vítimas dos incêndios na região centro do país, com a preocupação de que o apoio chegue às populações.

Artistas solidários preocupados que apoio chegue às populações
Notícias ao Minuto

08:05 - 28/06/17 por Lusa

Cultura 'Juntos por Todos'

Marisa Liz, a vocalista dos Amor Electro, a segunda banda a subir ao palco, a meio da sua atuação, afirmou: "Garantimos que o dinheiro vai para as pessoas certas".

"Temos que confiar, eu acho que essa é a filosofia portuguesa em tudo", disse à agência Lusa a fadista Ana Moura, uma das participantes que se afirmou confiante, "dada toda a energia gerada", que os meios financeiros alcançados vão ser empregues a favor das populações afetadas dos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

O fadista Camané é da mesma opinião e afirmou-se igualmente confiante, referindo que "é quase impossível minimizar algum sofrimento das pessoas que perderam a vida e daquelas que perderam os seus entes queridos" e sentenciou: "Estamos aqui para sermos solidários, dar o nosso melhor e tentar que pelo menos esta tragédia não seja esquecida por ninguém, para que as coisas mudem definitivamente".

Relativamente aos incêndios, o criador de "Sei de Um Rio" afirmou que "as lições deveriam ter sido tiradas há muito mais tempo, sem perdas de vidas e sem termos chegado a este ponto".

"As pessoas estão tão sensibilizadas, tão unidas nisto, isto foi uma tragédia tão grande, foi um choque para todos (...). Acho que [o total apurado] vai mesmo para tentar minimizar os danos causadas a estas pessoas", rematou o intérprete.

David Fonseca, músico de Leiria, próxima da região onde se aconteceram os incêndios, afirmou à Lusa que o drama foi tão grande "que todos sentem de igual forma" e realçou que "os artistas tem uma atenção desmedida das pessoas e dos meios de comunicação e, como tal, têm que ter alguma atenção com aquilo que representam e, neste caso, a mensagem não é difícil de passar".

Referindo-se à aplicação do dinheiro arrecadado com esta ação, o intérprete de "Kiss me, Oh Kiss me" salientou que "preocupa a organização desde o início e que foram todos muito claros desde o início de que havia uma preocupação extrema da maneira como foram pensados, pela organização e pelas pessoas" que foram [ao Meo Arena] e "haverá uma clareza e transparência"

"Não tenho dúvidas nenhuma que tudo o que está a acontecer aqui vai transformar-se m algo real", rematou.

Vários espetadores, à entrada do espetáculo revelaram idênticas preocupações e a mesma confiança.

"Normalmente, não digo neste caso, mas na maioria dos casos, o dinheiro não chega lá onde é preciso, há sempre uns desvios pelo meio", disse à Lusa Sandra Silva, da Póvoa de Santo Adrião, nos arredores de Lisboa.

Rui Nunes, de Lisboa, afirmou: "nem sequer quero pensar que as coisas não sejam devidamente aplicadas, o destino [do dinheiro] deve ser aplicado por entidades credíveis, e ao que parece é a Santa Casa, portanto por aí não me sinto preocupado".

Liliana Valente, de Lisboa, veio pelos artistas, "mas essencialmente pela solidariedade" pois "foi uma tragédia muito grande e todos devemos refletir sobre isso".

"Temos de refletir para não voltar a suceder", afirmou por seu turno, Sandra Silva, da Póvoa de Santo Adrião, nos arredores de Lisboa, que deseja que se "possa remediar alguma coisa que possa".

A fadista Ana Moura, que no dia 23 de julho vai atuar em Pedrógão Grande, um dos concelhos mais afetados pelo fogo, realçou que se sente "orgulhosa" pela forma como os portugueses responderam a este apelo solidário.

Para a criadora de "Desfado", o concerto de Lisboa demonstra o "poder da música" em juntar as pessoas.

O concerto "Juntos por Todos", que decorreu terça-feira em solidariedade com as vítimas dos fogos florestais, angariou 1.153 mil euros, revertendo a favor da União de Misericórdias Portuguesas para reforçar o apoio às populações afetadas.

Ao longo de toda a noite de terça-feira, 25 artistas portugueses subiram ao palco do Meo Arena, em Lisboa, e teve na plateia figuras como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

Salvador Sobral encerrou o o concerto - que foi transmitido em direto e simultâneo pela RTP, SIC, TVI e todas as rádios nacionais -, e foi anunciado que os donativos tinham totalizado um milhão e centro e cinquenta e três mil euros para ajudar as populações afetadas pelo incêndio que deflagrou no passado dia 17 no concelho de Pedrógão Grande, no centro do país.

O cartaz do concerto incluiu ainda nomes como Sérgio Godinho, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Carlos do Carmo, Luísa Sobral, AGIR, Carminho, Gisela João, Amor Electro, Aurea, D.A.M.A, Diogo Piçarra, Hélder Moutinho, João Gil, Jorge Palma, Luís Represas, Matias Damásio, Miguel Araújo, Paulo Gonzo, Raquel Tavares e Rita Redshoes.

A ideia do espetáculo partiu do promotor Vasco Sacramento, que, no passado dia 18, anunciou na rede social Facebook a intenção de fazer um concerto solidário, sensibilizado com as vítimas do incêndio.

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