Exposição de Paula Rego "cruza histórias pessoais e universais" em Lisboa
A exposição com obras originais da pintora Paula Rego, inaugurada hoje no centro comercial Colombo, em Lisboa, "cruza histórias pessoais e universais" em 59 peças de pintura, gravura e litografia.
© Global Imagens
Cultura Pintura
Inaugurada ao público ao fim da manhã com a presença da curadora, Catarina Alfaro, e da embaixadora convidada pela organização, a ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima, a mostra vai ficar patente até 27 de setembro com entrada livre.
"A obra da Paula Rego é muito coerente na forma como se tem organizado, e permite, através da literatura e das suas próprias experiências, fazer o cruzamento das histórias pessoais e universais", declarou a curadora na inauguração.
Intitulada 'O mundo fantástico de Paula Rego', a mostra ficará na praça central do centro comercial Colombo, reunindo, entre outras, as pinturas 'Fada Azul e Pinóquio', e 'The Cigarette', e a série de 25 peças inspiradas na obra literária de Charlotte Brontë.
Em declarações à agência Lusa, Isabel Pires de Lima, professora catedrática de Literatura Comparada da Universidade do Porto, indicou que tem acompanhado a obra de Paula Rego no âmbito de investigações sobre a relação entre literatura e artes visuais.
"Paula Rego tem revisitado os textos clássicos de autores portugueses e estrangeiros de uma forma subversiva, virando as histórias do avesso, tornando-as contemporâneas", salientou Pires de Lima.
Entre os autores portugueses que Paula Rego, pintora radicada em Londres, de 81 anos, tem abordado, estão sobretudo Eça de Queiroz, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco.
"Em muitas das pinturas, Paula Rego retira figuras femininas dos romances e subverte o seu papel de fraqueza, representando antes os homens de forma submissa", apontou.
Para Isabel Pires de Lima, também a obra da pintora portuguesa inspirada nos contos infantis é importante "porque desmistifica a inocência e revela toda a crueldade da natureza humana, as relações de poder na família, que se reproduzem, pois são a primeira fonte de aprendizagem na vida".
Para a ex-ministra da Cultura, a apresentação desta exposição num centro comercial "é uma boa forma de levar a arte a um grande público transversal, já que o espaço é visitado por 25 milhões de pessoas por ano".
Paulo Gomes, diretor do centro Colombo, agradeceu a colaboração da Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, pela cedência das obras, e à Fundação Dom Luís I, entidade que atualmente gere aquele museu, e cujo diretor, Salvato Telles de Menezes, também presente na inauguração, declarou que a pintora "é a maior artista portuguesa contemporânea viva".
A iniciativa 'A Arte chegou ao Colombo' foi lançada em 2011 e contou, no primeiro ano de arranque, com a parceria do Museu Coleção Berardo na exposição dos trabalhos de quatro artistas nacionais -- Joana Vasconcelos, Miguel Palma, Susana Anágua e Isaque Pinheiro.
Seguiram-se depois o Museu Nacional de Arte Antiga (2012), a exposição 'Andy Warhol - Icons' (2013), a instalação interativa 'The Pool' da artista norte-americana Jen Lewin (2014) e a 'A Divina Comédia de Salvador Dalí' (2015).
No ano passado, a praça central do Colombo recebeu a exposição de fotografia de Terry O'Neill - 'Faces of the Stars'.
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