Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 24º

'Astronomia', de Mário Cláudio, vence Prémio D. Diniz da Casa de Mateus

O romance A'stronomia', de Mário Cláudio, é o vencedor do Prémio D. Diniz 2017, da Fundação da Casa Mateus, anunciou hoje esta instituição, promotora do galardão.

'Astronomia', de Mário Cláudio, vence Prémio D. Diniz da Casa de Mateus
Notícias ao Minuto

19:39 - 26/04/17 por Lusa

Cultura Romance

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Fundação "informa que o júri do Prémio D. Diniz, constituído por Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral e Pedro Mexia, atribuiu, por unanimidade, o prémio de 2017 a Mário Cláudio, pelo seu livro 'Astronomia'".

No ano passado, o título "Astronomia", de Mário Cláudio foi referenciado pelo júri do Prémio Estoril Sol/Fernando Namora como um romance de "muito apreço", não tendo porém recebido o galardão, que foi para "Flores", de Afonso Cruz.

Segundo as Publicações D. Quixote, que editaram o livro no ano passado, "este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor". O livro divide-se "em três partes -- Nebulosa, Galáxia, Cosmos".

Referindo-se à obra, adianta a editora do grupo LeYa: "No escritório da casa demolida, o velho, munido de uma pena, recorda agora o menino que foi, a nebulosa infância cheia de interditos, porque os perigos rondavam e, se não eram os gelados ou o soalho acabado de encerar, podiam ser as visitas do tio-anjo, morto aos três anos, ou até a intimidade com as criadas, acusadas de trazerem para dentro de casa o papão da tuberculose e 'os bichos ferozes e as caverninhas' do pecado, castigado, evidentemente, com o fogo eterno".

O anterior romance distinguido com o Prémio D. Diniz foi "As Luzes de Leonor", de Maria Teresa Horta, em 2012, tendo a autora recusado receber o galardão, em setembro do mesmo ano, das mãos do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que acusou de estar empenhado em destruir o país.

"Na realidade não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país", explicou então a escritora à agência Lusa.

"Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência", salientou Maria Teresa Horta, que acrescentou: "Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores".

Mário Cláudio é o pseudónimo do escritor Rui Manuel Pinto Barbot Costa, de 75 anos, nascido no Porto, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado como Bibliotecário-Arquivista, pela Faculdade de Letras da mesma Universidade, e "Master of Arts" em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres.

Mário Cláudio assina uma multifacetada obra que abarca ficção, crónica, poesia, dramaturgia, ensaio e se encontra traduzida em várias línguas.

O autor foi já distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, por duas vezes, e os prémios PEN Clube, Eça de Queiroz, Vergílio Ferreira, Fernando Namora e Pessoa.

A entrega do galardão realiza-se no dia 18 de junho, pelas 18:30, numa sessão solene presidida pelo Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na Casa Mateus, em Vila Real.

Às 19:30 horas, a fadista Katia Guerreiro atua, num "concerto de homenagem a Vasco Graça Moura" (1942-2014), que presidiu ao júri do Prémio D. Diniz desde a sua instituição, em 1981, até 2012.

Agustina Bessa-Luís, com "O Mosteiro", e Almeida Faria, com "Lusitânia", receberam em ex-aequo, a primeira edição do Prémio D. Diniz, em 1981.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório