Coreografia 'Antes que matem os Elefantes' apresentada sábado em Almada
A coreografia de Olga Roriz "Antes que matem os Elefantes", que aborda o sofrimento do povo provocado pela guerra na Síria, vai ser apresentada no sábado, no Teatro Joaquim Benite, em Almada.
© Global Imagens
Cultura Olga Roriz
O espetáculo, que estará em palco a partir das 21:30 no Teatro Joaquim Benite, estreou-se no ano passado, no Dia Mundial da Dança, a 29 de abril, em Aveiro, e tem vindo a fazer uma digressão pelo país.
A coreógrafa quis que a guerra na Síria fosse o palco de "Antes que matem os Elefantes", uma peça de dança que criou como alerta para uma reflexão coletiva sobre o conflito naquele país.
Logo no início de "Antes que matem os Elefantes" é exibido um vídeo de seis minutos, sem imagens, apenas com legendas, com depoimentos de crianças, a maior parte delas a viver em Alepo, na Síria.
No vídeo, as crianças que aparecem a dar o seu depoimento passam fome, algumas ficaram órfãs, perderam irmãos, familiares, estão perturbadas, e as vozes e as palavras constituem "um alerta" para o público, explicou à Lusa a coreógrafa, em abril.
Em palco, estarão sete bailarinos que se movem num apartamento destruído, e o conflito - que continua a provocar fome, violência, morte e a lançar o país no caos - é apresentado de forma intensa.
"Quero que as pessoas pensem nisto: está longe, mas está perto. É uma forma muito delicada, mas muito profunda, de alertar o público para as coisas; ficam imagens muito fortes, mais do que no telejornal", explicou a coreógrafa e bailarina à agência Lusa antes da estreia, no ano passado.
"Antes que matem os Elefantes" começou a germinar com base numa ideia para uma peça sobre um grupo de pessoas à procura de um lugar, que chegou a passar pela situação dos refugiados no Mediterrâneo, mas depois assentou no conflito na Síria.
A coreografia de "Antes que matem os Elefantes" é de Olga Roriz, a seleção musical é de Olga Roriz e João Rapozo, a cenografia e figurinos de Olga Roriz e Paulo Reis, desenho de luz de Cristina da Piedade, vídeo e pós-produção de áudio de João Raposo.
Em 2015, Olga Roriz assinalou 20 anos da companhia em nome próprio e 40 anos de carreira com a apresentação da peça "Propriedade Privada" (1996), no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
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