Alfarrabistas queixam-se da falta de poder de compra
Alfarrabistas presentes na Feira do Livro de Lisboa, que hoje abriu, queixam-se da falta de poder de compra dos portugueses, mas esperam que esta edição do certame seja uma oportunidade para venderem mais e serem reconhecidos no mercado.
© DR
Cultura Feira do Livro
A Feira do Livro de Lisboa abriu hoje, com mais de 480 editoras e chancelas, distribuídos por 241 pavilhões, com um Programa de Voluntariado, uma parceria com a Conferência de Edimburgo e a criação de comunidades de leitura. A Feira vai decorrer até ao próximo dia 10 de junho, no Parque Eduardo VII.
Paulo da Costa Domingos, que trocou a editora Frenesi para se firmar como alfarrabista sob o mesmo nome, adotou a Internet como meio de divulgação dos livros e de venda das obras, defendendo que é uma forma de ter bastantes “postos de venda, e que dá a possibilidade de trabalhar sozinho”.
O alfarrabista considera que a Feira do Livro de Lisboa tem vindo a perder livreiros, principalmente alfarrabistas, por “ser caro fazer a feira", e por o poder de compra estar “restringido” ao mínimo, assegurando que, neste momento, vende “um quarto daquilo que vendia há três anos”.
O livreiro critica o negócio das distribuidoras, pela falta de colaboração com os comerciantes de livros e pela procura de lucro desmedido, afirmando que “são o cancro dos editores”.
O responsável da Frenesi conclui que são “os colecionadores que salvam os alfarrabistas” e que ser alfarrabista, neste momento, não dá para enriquecer, mas antes “garante a qualidade de vida”, quando comparado a um proprietário de uma editora.
João Miguel, alfarrabista há 10 anos, defende que o tipo de públicos que procuram livros usados se tem mantido nas faixas etárias mais velhas e na classe média, mas ressalva a procura crescente “de clássicos e literatura mediática” por parte dos jovens.
A expectativa quanto ao sucesso desta edição da Feira do Livro mantém-se, o Alfarrabista Miguel, contudo, relembra o “fracasso” do ano passado, patente na "elevada quebra de vendas", também devido ao cancelamento de um dia de feira e ao mau tempo, na altura.
Júlio Carreira, representante da Arquimedes Livros, afirma que a “tendência é trazer obras mais baratas”, devido ao fraco poder de compra dos visitantes, mas, “apesar de tudo, é uma forma de vender mais do que o habitual”.
O alfarrabista diz que “as obras mais caras se vendem bastante bem”, ao contrário das mais baratas, que “têm muita concorrência, porque os preços são muito baratos”.
O representante da Arquimedes Livros disse que “há mais compradores lá fora do que em Portugal”, devido à pouca procura por parte dos portugueses, acrescentando que a Internet foi essencial na angariação de novos compradores, nomeadamente no estrangeiro.
Durante a tarde de hoje, a Feira do Livro de Lisboa contou já com muitos visitantes, e com a presença do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que procedeu à inauguração, com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Barreto Xavier.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com