Livro sobre Palácio S. Roque inaugura coleção 'Património'
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa inaugura a coleção 'Património' com um volume dedicado ao Palácio Portugal da Gama/S. Roque, em Lisboa, recentemente adquirido por esta instituição, e, atualmente, com obras de requalificação.
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A coleção 'Património', afirma na apresentação da obra o provedor da instituição, Pedro Santana Lopes, "pretende dar a conhecer as intervenções que estão em curso em edifícios com valor arquitetónico, histórico e cultural, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa" (SCML).
Quanto à utilização futura do palácio, no Bairro Alto, em Lisboa, Santana Lopes adianta que "vai acolher uma coleção de arte oriental", que irá completar o Núcleo de Arte Oriental do Museu de S. Roque.
O responsável da SCML realça que "o património arquitetónico constitui uma expressão insubstituível da riqueza e da diversidade do património cultural português".
A obra divide-se em três partes essenciais: 'História do edifício', assinada por José Sarmento de Matos e Jorge Ferreira Paulo, o 'Estudo diagnóstico', de autoria de Marta Raposo e Nuno Proença, e o 'Projeto de reabilitação', de João Pedro Falcão de Campos, incluindo ainda a bibliografia e uma lista das fontes documentais.
O Palácio Portugal da Gama/S. Roque localiza-se no Bairro Alto, na esquina do largo Trindade Coelho para a travessa da Queimada, que deve o seu nome a uma senhora Ana Queimada, que seria "sócia ou empregada da rica Dona Simoa", de S. Tomé, e "uma das mais ricas mulheres de Lisboa" no século XVI.
O edifício passou por vários proprietários, entre eles os comendadores de Fronteira, os condes da Vidigueira, de Lumiares, e de Tomar, entre outras famílias aristocráticas.
"Ao longo do século XX o edifício continuou na posse dos herdeiros dos condes de Tomar, sendo arrendado no todo ou em partes a diversas entidades, públicas e privadas", afirmam os historiadores José Sarmento de Matos e Jorge Ferreira Paulo, referindo que foi alvo de algumas modificações "sobretudo nas lojas".
Por exemplo, na fachada virada à travessa da Queimada é "ocupada quase na sua totalidade" pela casa de fados Café Luso, e ainda pelo bar Mojito.
Entre secretarias de Estado e ministérios, a partir de 1940 acolheu a então União Nacional, e mais tarde a Manufaturas de Tapetes de Lisboa. Em 2000, os descendentes dos condes de Tomar venderam-no a uma firma comercial, que o vendeu em 2008 ao Fundo Baixa Chiado, que o vendeu a outro fundo, até, em 2014, ter sido adquirido pela SCML.
Quanto à reabilitação do palácio, Marta Raposo e Nuno Proença afirmam que "foi dada a devida atenção aos programas decorativos de interior", referindo que estes refletem os "sucessivos usos, mutações e adulterações do edifício no tempo", classificando-o como "excelso" exemplar da arquitetura palaciana urbana.
"Os programas decorativos de interior de maior relevância integram elementos de pedra, pinturas decorativas parietais e de tetos com estuques de ornato", atestam.
Está ainda prevista a recuperação das fachadas que já foram pintadas de cor grená, e depois de amarelo e cor-de-rosa, assim como os interiores das pinturas marmoreadas nas paredes, os frisos nas paredes e os elementos em madeira existentes.
O Café Luso, instalado desde 1939 nas antigas cavalariças irá manter-se e uma das ações do projeto de reabilitação é a "recuperação das proporções originais do pátio central", o que implica a demolição de um "corpo balançado", construído posteriormente.
A publicação não adianta a data de abertura do palácio já restaurado e acolhendo o Núcleo de Arte Oriental e outros serviços de cariz cultural.
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