"O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, vai atribuir a medalha de mérito cultural à pianista Helena Matos e ao tenor Fernando Serafim", na terça-feira, às 15h00, na sala D. Luís do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, lê-se no comunicado governamental.

"A pianista Helena Matos, que dedicou toda a sua vida à Música, tendo entrado no Conservatório Nacional com apenas onze anos, participou em inúmeros concertos no país e no estrangeiro, tendo tocado com outros artistas de referência, como Jack Glattzer, Christa Rupper, Leonor Prado, Lídia de Carvalho, Vasco Barbosa, Madalena Sá e Costa e Fernando Serafim", segundo a mesma fonte.

Aos 97 anos, Helena Matos "acaba de gravar um CD intitulado 'Entrega', trabalho que realizou com o tenor Fernando Serafim", sublinha a mesma nota.

A pianista fez parte de vários júris nacionais de música e colaborou, entre outros, com a Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, com a Radiodifusão Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Segundo o ministério, como professora, "ajudou a formar gerações de novos músicos tendo sido seus alunos Jorge Moyano, Adriano Jordão, Manuela Toscano e Rui Vieira Nery", que usará da palavra nesta cerimónia, à qual assiste também o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado.

Helena Matos é detentora de várias distinções, "tendo sido galardoada com os primeiros prémios dos concursos Vianna da Motta, em 1948, Juventude Musical do Porto, em 1954, e Luiz Costa, em 1962".

O tenor Fernando Serafim, de 83 anos, "tem uma longa vida dedicada à música, tendo participado em inúmeros concertos, interpretando obras de autores portugueses e estrangeiros de reconhecido mérito".

"O seu papel como intérprete é vastíssimo. Editou vários discos, foi membro fundador de vários agrupamentos musicais, como o Grupo de Música Antiga de Lisboa e os Segréis de Lisboa, traduziu várias óperas e foi professor de canto no Conservatório de Música de Tomar, na Escola de Música de Santarém e na Juventude Musical Portuguesa", assinala a nota ministerial.

O tenor, depois de ter estudado no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, foi bolseiro da Fundação Gulbenkian, tendo estudado em Itália com, entre outros, Gino Bechi e Vladimir Badiali e, mais tarde, na Akademie Mozarteum, em Salzburgo, na Áustria.

Fernando Serafim estreou várias peças que lhe foram dedicadas por compositores como Fernando Lopes-Graça, Jorge Peixinho ou Cândido Lima. Na ópera participou, entre outras, nas estreias de 'A Trilogia das Barcas', de Joly Braga Santos, e 'Em Nome da Paz', de Álvaro Cassuto.

A medalha de mérito cultural é a maior distinção atribuída pelo ministério português da Cultura e destina-se a personalidades que tenham dedicado a sua vida às causas da cultura.