Prémio trouxe mais visibilidade e convites, diz Tatiana Macedo

A vencedora da primeira edição do Prémio Sonae Media Art, em 2015, Tatiana Macedo, considera que a "grande repercussão" do galardão foi ter dado "maior visibilidade" ao seu trabalho, e convites para criar novas obras.

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© Facebook/Museu do Chiado

Lusa
16/01/2017 10:00 ‧ 16/01/2017 por Lusa

Cultura

Museu do Chiado

 

Contactada pela agência Lusa, a primeira galardoada, com 40 mil euros, pela obra inédita "1989", referiu que o prémio bienal, organizado pelo Museu do Chiado com o patrocínio da Sonae, "suscitou mais curiosidade e atenção" ao seu trabalho.

Apesar de ter estado afastada de Portugal ao longo do ano passado, depois de ter conquistado o galardão, a fazer uma residência no centro de artes Künstlerhaus Bethanien, em Berlim, "os convites surgiram logo a seguir".

Um deles partiu do comissário-geral da programação do evento Lisboa Capital Ibero-americana da Cultura, António Pinto Ribeiro, que lhe fez uma encomenda de um novo trabalho para expor no Museu do Aljube, em outubro.

"Esse convite surgiu não só por ele conhecer o meu trabalho, mas por ter gostado muito da obra vencedora", disse, acrescentando que o comissário "fez um desafio artístico e intelectual para pensar a questão das ditaduras", ou seja, para pensar "a prática artística, ou da falta dela, durante os períodos das ditaduras, infelizmente uma questão que une estes países" ibero-americanos, disse a artista à Lusa.

A obra inédita de Tatiana Macedo "1989", vencedora da primeira edição, é uma tripla projeção com som espacializado, em que a artista trabalhou três grandes linhas de questionamento: o documental, o ficcional e o arquivo, aspetos de importância fulcral no pensamento e prática artística da contemporaneidade, revelando uma investigação continuada na área do vídeo e do filme e das suas relações com a memória, a história e a cultura contemporâneas.

Por outro lado, Tatiana Macedo considera que "um prémio monetário ajuda", porque fica "mais à vontade financeiramente" para conseguir realizar os seus projetos e dedicar-se à sua prática artística.

"Os prémios têm esta função de recompensar trabalho que já foi feito, desenvolvido, ao longo de um percurso" que vai sendo feito.

"Acredito que o nosso trabalho é um contínuo e tem de ser consistente e persistente e desenvolvido ao longo do tempo", sustentou.

Em 2015, o júri escolheu a obra "1989" para vencedora, por ser "a mais bem articulada, coerente e aprofundada, nos seus múltiplos aspetos artísticos e conceptuais".

Na altura, o júri sublinhou que a obra revelava "uma investigação continuada da artista na área do vídeo e do filme e das suas relações com a memória, a história e a cultura contemporâneas".

Tatiana Macedo trabalhou sempre dentro e fora de Portugal, ultimamente na Alemanha, mas esteve também seis anos no Reino Unido.

"Sinto que o meu trabalho é muito bem recebido lá fora e quero continuar a manter esses contactos", acrescentou.

Sobre como é trabalhar em Portugal, assinalou que, "no nosso contexto, é difícil sobreviver como artista em qualquer país, mas sobretudo em Portugal, porque todos sabemos que temos um orçamento pequeno para a cultura".

"O trabalho artístico deve ser mais encarado como trabalho profissional, feito por pessoas que dedicam a sua vida e que fazem um trabalho altamente especializado", defendeu.

Tatiana Macedo, nascida em 1981, vive em Lisboa e trabalha entre Lisboa, Londres e Amesterdão.

Estudou Belas Artes na Central St. Martins College of Art & Design e fez um mestrado em Antropologia Visual pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa.

O Prémio Sonae Media Art foi criado para distinguir obras de criação contemporânea que vão desde a imagem ao som, incluindo a exploração do meio vídeo, da computação, som e 'mixed-media', em que outras formas de arte como a 'performance', a dança, o cinema, o teatro ou a literatura poderão ser incorporadas.

 

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