Frederico Lourenço ofereceu os "grandes clássicos à língua portuguesa"
O júri do Prémio Pessoa 2016 sublinhou hoje, em Sintra, que a atividade do escritor e filólogo Frederico Lourenço tem como "traço singular" ter oferecido "à língua portuguesa as grandes obras de literatura clássica".
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Na conferência de imprensa do anúncio do galardoado desta 30.ª edição, no Palácio de Seteais, em Sintra, o presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, expôs as razões que levaram à escolha do académico de 53 anos, cuja obra também está ligada à música, à poesia e ao teatro.
O galardoado "constitui um exemplo de disciplina, capacidade de trabalho e lucidez intelectual no elevado plano dos estudos clássicos e humanísticos, parte fundamental da vida cultural e científica dos países desenvolvidos", salientou o presidente do júri, sobre a escolha.
Nos últimos vinte anos, Frederico Lourenço traduziu a "Ilíada" e a "Odisseia", de Homero, bem como duas tragédias de Eurípedes, "Hipólito" e "Íon".
"O desejo de disseminar a grande cultura clássica junto do público manifestou-se também na adaptação para jovens das referidas obras de Homero", acrescentou Francisco Pinto Balsemão.
O presidente do júri sublinhou ainda o "trabalho metódico, revelador de uma ambição servida por rara erudição", e o "rigor" da atividade do académico.
Na declaração, o júri recordou ainda a publicação, por Frederico Lourenço, em 2016, do primeiro volume - do total de seis - "do seu mais recente e ambicioso projeto, que se estenderá até 2020: a tradução integral da Bíblia para português a partir das fontes gregas, respeitando elevados critérios de integração contextual, histórica e linguística, deste livro maior de ressonância universal, em toda a história humana".
Nascido em Lisboa, em 1963, Frederico Lourenço é licenciado e fez doutoramento em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, tendo lecionado também nessa Universidade, entre 1988 e 2009, antes de assumir o lugar de professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
No final da conferência de imprensa, o presidente do júri prestou ainda homenagem a dois dos seus membros, recentemente falecidos, Miguel Veiga e João Lobo Antunes.
"Além do sulco duradouro que ambos deixaram na sociedade portuguesa contemporânea, não queremos deixar de assinalar o sentimento de perda e a saudade que a ausência da sua inteligência, humor, e brilho pessoal em todos nós profundamente provocaram", escreveu ainda o júri na ata do Prémio Pessoa 2016.
O júri do Prémio Pessoa 2016 foi constituído por Francisco Pinto Balsemão (presidente), António Domingues (vice-presidente), António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Mário Soares, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
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