Paixão do colecionador Anastácio Gonçalves pela arte exposta em Lisboa

O gosto do colecionador Anastácio Gonçalves vai estar em confronto com o gosto institucional dos vários diretores do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, numa exposição que é inaugurada a 15 de novembro, em dois museus de Lisboa.

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Lusa
02/11/2016 16:05 ‧ 02/11/2016 por Lusa

Cultura

Museu do Chiado

De acordo com o Museu do Chiado, a exposição intitula-se "Fórmulas Naturalistas da Arte Moderna" e ficará patente, em conjunto, na Casa-Museu Anastácio Gonçalves e no museu nacional, de 15 de novembro a 26 de fevereiro de 2017.

Nesta exposição temporária, vão estar reunidas duas coleções contemporâneas, criadas com critérios e escalas diferentes: a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC), do domínio público, que teve subjacente uma norma museológica, e a da Casa-Museu Anastácio Gonçalves, do domínio privado, resultado do gosto pessoal e da paixão do seu colecionador pela arte.

A Casa-Museu Anastácio Gonçalves reúne o acervo reunido pelo médico colecionador António Anastácio Gonçalves, com cerca de 3.000 obras de arte, desde pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, a porcelana chinesa e mobiliário português e estrangeiro.

Nos dois espaços, vai ser estabelecido o confronto entre o gosto institucional e o gosto do colecionador Anastácio Gonçalves, e também será valorizada "a importância da crítica de arte e dos debates intelectuais, desde meados do século XIX, na incorporação das obras nas coleções e na formação de um gosto público e privado", sublinha o MNAC.

O museu aponta ainda que o título da exposição se inspira num comentário de Ramalho Ortigão, de 1883, quando se refere às novas propostas da arte moderna como "fórmulas naturalistas", aplicadas a uma pintura ligada à observação da natureza, introduzida por Silva Porto e o Grupo do Leão.

O percurso expositivo é assinado pelas curadoras Ana Anjos Mântua e Maria de Aires Silveira, que sublinham as opiniões críticas de finais do século XIX, inícios do século XX, em títulos e citações dos escritores Eça de Queirós, Antero de Quental, Rangel de Lima, Monteiro Ramalho, Fialho de Almeida, Ribeiro Artur, António Enes, Abel Botelho, Jaime Batalha Reis e Raul Brandão, entre outros.

Na trajetória delineada por estes escritores, inicia-se uma polémica baseada no conceito de "Realismo como nova expressão artística" e relaciona-se, a partir das escolhas autorais e temáticas, com o paradigma da coleção de pintura de Anastácio Gonçalves, segundo a organização.

 

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