Em declarações à agência Lusa no final de uma conferência de imprensa de apresentação da programação da 14ª edição do festival, que hoje começa, no Cinema Ideal, o realizador elogiou a beleza do cinema português.

"Conheço o cinema de Manoel de Oliveira, de Pedro Costa e Joaquim Sapinho. É uma combinação de intelecto e nostalgia. É muito belo", disse à Lusa, questionado sobre o cinema português que conhece.

Apichatpong Weerasethakul, galardoado em 2010 com a Palma de Ouro do Festival de Cannes pelo filme 'O Tio Boonmee, que Recorda as Suas Vidas Passadas', vai ser alvo de um ciclo de cinema no Temps d´Images, e apresentar no domingo 'Fever Room', um espetáculo de projeção e performance que repete no dia seguinte, também no São Luiz Teatro Municipal.

Sobre a passagem por Lisboa, pela segunda vez, disse que "Portugal é um país rico, porque acolhe uma grande diversidade de culturas".

Relativamente ao espetáculo 'Feever Room', exibido pela primeira vez em Portugal, disse que é uma continuação do seu último filme 'Cemetery of Splendour', de 2015.

"É uma espécie de sonho em que a audiência é envolvida. Tem várias camadas, várias dimensões", apontou.

Neste espetáculo, Apichatpong explora camadas de ficção e realidade, põe em causa o lugar do espetador no espaço de apresentação do cinema e no espaço teatral.

Sobre o sonho, que parece marcar a obra do realizador tailandês, Weerasethakul disse que consiste "noutro tipo de cinema".

"Nós não damos muita importância ao sonho. Sonhamos e esquecemos. Mas nós precisamos deles", disse o realizador à Lusa.

Após a estreia mundial na Coreia do Sul, no ano passado, e a estreia europeia, este ano, no Festival Kunsten, na Bélgica, e no Steirischer Herbst - Festival of New Art, na Áustria, 'Fever Room' estará em Lisboa com um elenco composto por Elenco Jenjira Pongpas, Banlop Lomnoi, e Teenagers of Nabua.

O Festival Temps d´Images, dedicado ao cruzamento da criação artística contemporânea, vai apresentar 15 espetáculos entre 27 de outubro e 10 de dezembro, em Lisboa.

Em 14.ª edição, o festival apresentará a programação em 14 espaços da capital, com espetáculos, vídeo-instalações, cinema e encontros com 23 artistas e coletivos, entre eles Vera Mantero, Miguel Gonçalves Mendes, Luciana Fina, Rui Catalão, Arkadi Zaides, Isabelle Danto, ou André Uerba.