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Companhia O Bando assinala 42 anos com anúncio de nova temporada

Um texto do catalão Esteve Solere está na base da próxima criação do Teatro O Bando, "Do contra", a estrear em Palmela, a 01 de dezembro, disse à agência Lusa, o director da companhia, que assinala os 42 anos de existência.

Companhia O Bando assinala 42 anos com anúncio de nova temporada
Notícias ao Minuto

19:15 - 16/10/16 por Lusa

Cultura Teatro

"Do contra" é baseado numa das peças da trilogia "Contra o Progresso", "Contra o amor" e "Contra a democracia", do dramaturgo catalão nascido em 1976, e é uma co-produção de O Bando com o Teatro do Instante, companhia brasileira com sede em Brasília, acrescentou João Brites.

"Trata-se de um texto 'cáustico e ácido', na senda da escrita de Samuel Beckett e de Franz Kafka, que a companhia [com sede em Palmela] levará, em maio ou junho de 2017, a Brasília", disse João Brites à agência Lusa, sobre a próxima temporada, anunciada com a celebração do aniversário.

"Europa", uma reflexão sobre a situação europeia atual, coproduzida com a companhia francesa Nomade Village, com sede no Théâtre Massalia, em Marselha, é a primeira peça de 2017, a estrear em Palmela, em fevereiro do próximo ano.

Num autocarro azul com estrelas amarelas, qual bandeira da União Europeia, atores portugueses e francesas irão questionar como se chegou ao estado que a Europa atravessa, disse à Lusa o dramaturgo Miguel Jesus, da companhia sediada em Palmela.

Esta peça, produzida no âmbito da plataforma europeia Shift, vocacionada para a infância, será depois representada, em março de 2017, em Marselha, e, em junho, em Dresden, na Alemanha, observou.

"Inferno", uma das três partes em que se subdivide o poema épico de Dante, do século XIV, vai ser a 'peça-emblema' da temporada de 2017, será feita em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II e estrear-se-á no palco da sala de Lisboa, em maio ou junho de 2017.

Trata-se da primeira vez que João Brites vai dirigir atores do D. Maria II, numa peça que terá 18 atores: seis do elenco fixo de O Bando, outros tantos do D. Maria II e igual número de estagiários da Escola Superior de Teatro e Cinema, disse Miguel Jesus à Lusa.

"Purgatório" e "Paraíso", as outras partes do poema épico de Dante, serão também levadas à cena nos próximos quatro anos, adiantou Miguel Jesus.

"Ritual Almenara", "Afonso Henriques", peça estreada em 1982, com elenco totalmente renovado e que será apresentada em setembro/outubro de 2017, no Castelo de S. Jorge, em Lisboa, são outros títulos incluídos na temporada de 2017.

Também em setembro de 2017, mas na sala Estúdio do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a companhia de Palmela apresentará, em estreia, "Adoecer", baseada no romance de Hélia Correia, editado em 2010.

À semelhança da obra de Hélia Correia, a peça, a encenar por Miguel Jesus, versará sobre a figura da modelo, pintora e poetisa britânica Elizabeth Sidal, uma mulher que, por ter ousado a diferença e ter vivido sem espartilhos, causou estranheza na sociedade vitoriana do século XIX, devido à relação amorosa que manteve com o poeta e pintor Dante Gabriel Rossetti, elemento chave dos chamados pré-rafaelitas.

Para 2018, e apesar de nada ainda estar definido, João Brites prevê pôr em cena um espectáculo sobre Gungunhana, o último imperador do Império de Gaza (Moçambique) capturado em 1895, por Mouzinho de Albuquerque, revelou o dramaturgo Miguel Jesus, à Lusa.

Baseado na trilogia de Mia Couto - cujo segundo volume, "A Espada e a azagaia", foi lançado em setembro último -, a peça envolverá, se possível, Portugal, Brasil e Moçambique, adiantou.

"Os cus de Judas", romance de António Lobo Antunes, editado pela primeira vez em 1979, e no qual o autor retrata a sua experiência pessoal como médico de campanha, em Angola, durante a Guerra Colonial, é outra das hipóteses que João Brites conta encenar em temporadas futuras, como revelou à Lusa.

Um espectáculo "minimalista" sobre o mito de Salomé, que Miguel Jesus irá ainda escrever, é outra das peças que O Bando deverá pôr em cartaz em 2018, avançou o autor.

Será um texto com o qual o jovem dramaturgo pretende fazer "uma catarse" com público e que vai abordar a violência sobre as mulheres e como "lamentavelmente este problema ainda está tão enraizado na mentalidade portuguesa", desvendou o autor à Lusa.

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