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Cinemateca quer estatuto especial para otimizar laboratório de restauro

A Cinemateca Portuguesa quer um "estatuto especial" para o laboratório de restauro fílmico e digital, para responder a mais pedidos externos de restauro de obras e aumentar as receitas para o organismo.

Cinemateca quer estatuto especial para otimizar laboratório de restauro
Notícias ao Minuto

18:23 - 27/09/16 por Lusa

Cultura Filmes

Num encontro com jornalistas, a propósito dos 20 anos da criação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), que se assinalam a 07 de outubro, o subdiretor, Rui Machado, explicou que a Cinemateca está a trabalhar numa proposta de enquadramento do laboratório para que possa ter lucro e viabilidade económica.

O laboratório de restauro fílmico e digital funciona nos espaços do ANIM, no concelho de Loures, onde estão localizados os arquivos da Cinemateca, com milhares de bobinas de película, objetos e documentos, acomodados em cofres a temperaturas e níveis de humidade controlados.

Esse laboratório funciona desde 1998 e dispõe de equipamentos que permitem o restauro e preservação de obras cinematográficas tanto em formato analógico como digital. Tem servido para garantir a existência da arquivos antigos do cinema português, mas também para dar resposta a pedidos do estrangeiro.

"Cada vez mais somos pressionados por outros arquivos e cinematecas que não conseguem tirar uma cópia de 35 milímetros se não falarem connosco", dissse Rui Machado. No entanto, a Cinemateca não consegue responder a todos os pedidos por falta de meios humanos e do próprio funcionamento do laboratório.

A solução alternativa, na qual a Cinemateca diz estar a trabalhar com a tutela, "pode passar pela alteração do enquadramento do laboratório, criando uma entidade de regime privado em que a Cinemateca é detentora da totalidade dessa entidade, isso está previsto nos estatutos da Cinemateca", explicou o subdiretor.

Com cerca de vinte trabalhadores, alguns dos quais técnicos muito especializados, o ANIM faz também desde 2015 restauros em digital, depois de ter adquirido equipamento de digitalização, único em Portugal; uma unidade de trabalho que tem permitido o restauro de alguns filmes portugueses.

Com o desinvestimento em filmes em suporte analógico e a utilização mais massificada das tecnologias digitais, o ANIM tem um trabalho de luta contra o tempo, na preservação de um século de cinema em película.

Atualmente, o ANIM tem cerca de 100.400 materiais identificados nos arquivos, o que inclui cópias de filmes em película (de acetato ou de nitrato, por exemplo), em digital ou em negativo.

No laboratório de restauro e preservação, desde 1998 já foram produzidos 1,2 milhões de metros de novos materiais fílmicos.

Desde 2011, a Cinemateca tem ainda uma vertente digital, que permite o visionamento online de mais de 400 filmes portugueses restaurados, a maioria curtas-metragens documentais, produzidos entre 1896 e 1931.

Rui Machado sublinhou que o grande desafio é poder digitalizar todo cinema portuguêsem alta definição, para que "volte a ser visto nas salas de cinema".

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