Bombas de lava são uma massa de rocha em fusão projetada pelos vulcões que adquire uma forma arredondada durante o seu lançamento e arrefecimento aéreos.

"Desde abril de 2015 já colocámos 100 esculturas a dar a volta à ilha do Pico. As esculturas podem ser encontradas nos parques florestais, em localidades do Parque Natural do Pico, em entradas de oficinas e de centros de arte e de artistas", disse Terry Costa, diretor artístico da associação MiratecArts, em declarações à Lusa.

Terry Costa explicou que o projeto arrancou com exposições em várias localidades da ilha, enquanto no verão passado foi criado um roteiro e, atualmente, estas esculturas podem ser encontradas em mais de 30 localidades, incluindo o piquinho do Pico (o ponto mais alto da montanha), num desafio lançado ao público.

"As pessoas podem ir com as famílias à procura de esculturas. São rostos que a artista conseguiu esculpir da própria bomba de lava. A ideia é dar um pouco mais de sorrisos às pessoas que as veem", salientou Terry Costa.

Para a autora das esculturas, Helena Amaral, professora licenciada em artes plásticas, natural e residente na ilha do Pico, este é um projeto que tem cativado "desde crianças aos mais velhos".

Segundo explicou, os sorrisos de pedra são esculpidos nas bombas de lava da ilha do Pico que saem dos cabeços de montes de bagacina, que são explorados para planar terrenos.

Helena Amaral disse que estas pedras têm "formas muito interessantes", acrescentando que é ela própria que faz a recolha das pedras para "construir" sorrisos.

"Há uma parte da pedra que sugere alguma coisa. Sempre me centrei no rosto por ser fulcral na comunicação, na envolvência afetiva, a todos os níveis. O olhar e o sorriso são as principais formas de comunicação. Limitei-me a esculpir apenas a cabeça, olhos, nariz e boca e depois trabalho a textura da pedra, e surge este sorriso", salientou a professora, que conta com uma oficina onde podem ser adquiridos 'mini sorrisos', cujas receitas revertem para apoiar uma associação que acolhe cães abandonados.

Segundo a artista, "a particularidade destas esculturas é que a pedra é realmente muito convidativa".

"A pedra aqui é muito diferente. Tem basalto, mas tem depois a bagacina com este casamento com a lava", referiu, destacando que, apesar das semelhanças da matéria-prima, os sorrisos humanos que retrata nas esculturas são todos diferentes.

Além das 100 esculturas espalhadas pela ilha do Pico, com a última montagem na nova rotunda em São Roque, está patente até outubro a exposição itinerante dos Sorrisos de Pedra no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial.

No próximo ano, a mostra vai estar no ateliê de Kaasfabriek em São Jorge.