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Queer Lisboa abre hoje com retrospetiva do cinema de Derek Jarman

A vigésima edição do festival de cinema Queer Lisboa, o único festival nacional com temática gay, lésbica, bissexual, transgénero e transexual, abre hoje e traz uma retrospetiva do realizador britânico Derek Jarman, a primeira feita em Portugal.

Queer Lisboa abre hoje com retrospetiva do cinema de Derek Jarman
Notícias ao Minuto

12:03 - 16/09/16 por Lusa

Cultura Festival

A noite de abertura fica marcada pela estreia nacional do filme 'Absolutely Fabulous: The Movie', a adaptação ao cinema da série britânica com a dupla de personagens Eddy e Patsy, interpretadas, respetivamente, pelas atrizes Jennifer Saunders e Joanna Lumley.

Em declarações à agência Lusa, o diretor do festival, João Ferreira, explicou que o vigésimo aniversário do evento é a "altura perfeita" para apresentar um projeto que vem sendo desenvolvido há algum tempo.

"[Derek Jarman] é um dos grandes cineastas europeus do cinema 'queer', mas os seus filmes acabam por não ser muito divulgados. Há três ou quatro títulos que circulam, mas ele tem uma filmografia vastíssima", adiantou João Ferreira.

Numa colaboração com James Mackay, produtor de alguns dos filmes de Derek Jorman, e com o Instituto Britânico de Cinema, vai ser apresentada uma retrospetiva "muito grande" do cinema deste realizador, a decorrer na Cinemateca Portuguesa.

"Essa é a grande aposta, ainda para mais porque Derek Jarman foi dos realizadores que teve logo especial atenção nas primeiras edições do festival, em 1997, 1998 e 1999, quando passaram alguns filmes dele", apontou.

João Ferreira adiantou que agora vão ser exibidos muitos filmes inéditos, que foram descobertos recentemente e restaurados, bem como cópias que andavam perdidas.

"Em Portugal é a primeira [grande homenagem]. Têm-se feito algumas mostras a nível europeu, mas não me parece que com esta dimensão e especialmente dedicada às curtas-metragens e com alguns filmes que vão ser vistos pela primeira vez", frisou.

Deu como exemplo o primeiro filme do realizador, "Orange Juice", de 1971, "que esteve desaparecido durante muitíssimos anos e foi descoberto há pouquíssimo tempo", que vai ser visto publicamente pela terceira vez.

João Ferreira admitiu ter expectativas elevadas relativamente à recetividade do público a esta mostra de filmes, afirmando ter a certeza de que os filmes de Jarman cruzam não só o público fiel do Festival Queer, como o público da Cinemateca ou "qualquer público cinéfilo".

"É talvez a retrospetiva mais abrangente, em termos de público, que nós fizemos até hoje", sublinhou.

Relativamente ao facto de o Queer estar a comemorar os seus 20 anos, o diretor do Queer referiu que este é o festival de cinema mais antigo da cidade de Lisboa, que foi "inevitavelmente" sofrendo alterações ao longo dos anos.

Alterações que foram sendo feitas à medida dos financiamentos, mas também consoante os ditames do mercado, no qual foram surgindo outros festivais, o que obrigou a que o Queer Lisboa adaptasse a sua programação, procurando encontrar sempre novas formas de cativar o interesse do público.

"Obviamente que o cinema 'queer' também mudou muito nestes últimos 20 anos. Passou de um cinema mais marginal e de nicho, para uma realidade em que há grandes títulos comerciais de cinema 'queer'", apontou João Ferreira.

O diretor do festival disse, com toda a certeza, que o segredo da longevidade do Festival Queer está na sua capacidade de adaptação e em estar permanentemente atento àquilo que as pessoas procuram, aos desejos dos espetadores e às novas gerações que foram aparecendo.

O Queer Lisboa decorre até 24 de setembro, com a exibição de 114 filmes, em sessões repartidas pelo Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, que acolhe a retrospetiva "Jarman and the Last of England".

Nesta edição, regressa a secção Panorama, na qual serão exibidos, pela primeira vez em Portugal, títulos como 'Grandma', de Paul Weitz, com Lily Tomlin, e 'Goat', produzido por James Franco, realizado por Andrew Neel e protagonizado por Nick Jonas.

Temas como o isolamento na América profunda ('AWOL', de Deb Shoval), a liberdade sexual num contexto opressor ('Barash', de Michal Vinik), famílias homoparentais ('Rara', de Pepa San Martín) ou a temática do VIH/Sida ('Théo et Hugo dans la même bateau', de Olivier Ducastel e Jacques Martineau) atravessam a programação do festival.

Dos 27 países presentes, o Reino Unido é o mais representado, com 44 filmes, graças à retrospetiva dedicada a Derek Jarman.

Os EUA são o segundo país mais representado, com 12 filmes, seguindo-se Portugal, com 11 filmes, presentes sobretudo na Competição de Curtas-Metragens e na Competição In My Shorts.

O Queer terminará no dia 24, com a estreia nacional de 'Looking: The Movie', de Andrew Haigh.

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