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"Emociono-me sempre que vejo o filme"

Margarida Vila-Nova é quem narra o filme 'Cartas da Guerra' e contou ao Notícias ao Minuto como foi viver esta experiência.

"Emociono-me sempre que vejo o filme"
Notícias ao Minuto

10:08 - 16/09/16 por Marina Gonçalves

Cultura Atriz

Já estreou em Portugal o filme de Ivo Ferreira que agradou a crítica estrangeira. ‘Cartas de Guerra’ foi filme candidato ao prémio máximo do Festival de Berlim, o Urso e Ouro, e vai ainda representar Portugal na corrida aos Óscares.

O filme inspirado no livro 'D'este viver aqui neste papel descrito - ‘Cartas de guerra' interpreta as cartas que o escritor António Lobo Antunes escreveu à primeira mulher, entre 1971 e 1973, durante o tempo em que esteve em Angola, a servir o exército, na guerra colonial. Nele, Margarida Vila-Nova dá corpo e voz à mulher do soldado perdido na guerra. Ao Notícias ao Minuto, a atriz faz um balanço da sua participação.

O que retira da participação neste filme?

"Mais do que participar foi o acompanhar. Desde o primeiro dia que passou por várias etapas, a adaptação das cartas a filme, o guarda-roupa de fotografias, a cenografia. Para mim é um tema que me interessava. Eu sou do tempo em que na aula de História nunca chegávamos ao capítulo da guerra colonial nem ao 25 de abril, nunca havia tempo. E esta falta de tempo e este silêncio sobre um época, uma geração, sempre me deixou muito angustiada e curiosa sobre a história do meu próprio país e a guerra no feminino. De repente, a Guerra Colonial ganhou um rosto. Enquanto espectadora e atriz, interessava-me este período da história e espero que também suscite a curiosidade dos espectadores de o levar às salas de cinema. Sobretudo ao primeiro fim de semana, que é o mais determinante no percursos dos filmes das salas em Portugal".

E qual foi o sentimento após o reconhecimento de um festival como o de Berlim?

"Foi com muita satisfação que recebemos a notícia de Berlim porque significava o passaporte da internacionalização do filme, da distribuição, da exibição, da co-produção. Os filmes não acabam quando terminam as rodagens. Há uma pós-produção para fazer, coloca-los em sala e distribui-los. Quanto mais longe chegar, mais vivo se mantém. Naturalmente os filmes são eternos, mas são feitos para os expectadores. É bom estar entre os melhores, mas também é importante o resultado que faz".

O que destaca do Ivo Ferreira enquanto realizador?

"Muito diplomata e assertivo. Sabe o que quer. Muito assertivo nas suas escolhas, nas opções e no risco que corre. É muito delicado, mas consegue levar a equipa toda a trás".

Gostou do resultado final das gravações?

"Sim! Emociono-me sempre que vejo o filme".

Partilha da opinião que o cinema nacional carece do reconhecimento do público português?

"Acho que sim, mas esse reconhecimento tem vindo a crescer com o número de espectadores em sala. Acho que tem de partir de uma política cultura - oferecer condições para que as estruturas possam fazer o seu trabalho enquanto produtores e realizadores. Este filme sofreu do congelamento de verbas durante dois ou três anos".

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