Maria Isabel Barreno: SPA manifesta pesar pela morte da escritora
A direcção da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) lamentou hoje a morte, aos 77 anos, da escritora Maria Isabel Barreno, uma das autoras, em 1972, do livro "Novas Cartas Portuguesas", com Maria Teresa Horta e Maria Velha da Costa.
© Global Imagens
Cultura Óbito
A escritora e investigadora morreu no sábado, tendo a cerimónia de cremação decorrido no domingo, no Cemitério dos Olivais, em Lisboa.
A SPA recorda que Maria Isabel Barreno era associada da cooperativa, como as duas outras coautoras.
No fim de semana, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e o ministro adjunto Eduardo Cabrita, que tutela, no Governo, a igualdade de género, lamentaram a morte da autora e sublinharam a importância da sua obra.
Nascida em Lisboa a 10 de julho de 1939, licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria Isabel Barreno foi uma grande defensora dos direitos das mulheres.
Depois da publicação da obra, as autoras foram julgadas, e tudo terminou com a absolvição, já após a Revolução de 25 de Abril de 1974, e a obra passou a ser encarada não só como um tratado sobre os direitos das mulheres em Portugal mas, mais que isso, como "um libelo contra todas as formas de opressão", como a descreveu a escritora Ana Luísa Amaral em 2010, quando a obra foi reeditada pela Sextante, com anotações suas.
Maria Isabel Barreno trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e Conselheira Cultural para o Ensino do Português em França e publicou 24 títulos, entre romance e investigação na área da Sociologia.
Recebeu diversas distinções, entre as quais o Prémio Fernando Namora, pelo romance "Crónica do Tempo" (1991), e o Prémio Camilo Castelo Branco e o Prémio Pen Club Português de Ficção, pelo livro de contos "Os Sensos Incomuns" (1993), e em 2004 foi feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
"Vozes do Vento", sobre a história dos antepassados do seu pai em Cabo Verde, foi o último romance que publicou, em 2009, após uma pausa de 15 anos na escrita durante a qual desenvolveu atividades noutros campos artísticos, nomeadamente as artes plásticas, com várias exposições de desenho e tapeçaria. Depois, em 2010, editou ainda o livro de contos "Corredores Secretos (seguido de "Motes e Glosas")".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com