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Vive-se 'renascimento' de Vilar de Mouros nos 50 anos do festival

Ainda longe dos tempos áureos, mas já mais perto em afluência de público, o festival Vilar de Mouros voltou a atrair milhares de pessoas para ouvir sons de outras décadas, com artistas portugueses contemporâneos à mistura.

Vive-se 'renascimento' de Vilar de Mouros nos 50 anos do festival
Notícias ao Minuto

09:30 - 26/08/16 por Lusa

Cultura Música

Com um público ainda morno aquando da atuação de Manuel Fúria e os Náufragos, assistiu-se a um revivalismo dos tempos em que o mais antigo festival de música português dava cartas num país ainda sem tradição festivaleira.

Foi sobretudo com a atuação de Peter Hook, antigo membro de New Order e Joy Division (cujas 't-shirts' eram quase uniformes entre o público) que o festival voltou a lembrar o que outrora foi, perante o êxtase que os temas "Blue Monday" e "Love Will Tear Us Apart" suscitaram entre o público de várias gerações, com famílias inteiras aos saltos.

"O público de Vilar de Mouros é de várias gerações", recordava à Lusa Pedro Marques, da organização, a poucos minutos da abertura de portas, referindo que muitos "avós já vieram aos primeiros, os pais cresceram com Vilar de Mouros e agora os filhos começam agora a ser introduzidos" ao festival que conta já com edições anuais programadas até 2021.

Natural de Vila Praia d'Âncora, Filipe Laranjeira assistiu aos concertos de The Stranglers, Echo and the Bunnymen e U2 em 1982, já Vilar de Mouros se livrara da censura ainda bem vigente nos anos 1970 e numa altura em que a autocensura dos programadores e consumidores culturais começava também a dar de si.

"Tinha para aí 26 anos", recordou à agência Lusa, empenhado, na época, em ouvir ao vivo o álbum "October", que a banda irlandesa liderada por Bono Vox tinha acabado de lançar. O festival também começou a decair com a qualidade dos grupos", considerou o veterano, observando que "muito do público é o mesmo de '82, mas agora com 50 e tal anos".

"Este é um festival mais para entendedores, não é para consumismos", pondera o festivaleiro de 58 anos, apreciando o público mais jovem num tom de compreensão, na medida em que entende que "a boa música é eterna".

Trinta anos mais novo, João Glória, natural da Marinha Grande, viajou para ver "em primeiro lugar, Peter Murphy", antigo vocalista da banda inglesa de pós-punk Bauhaus, e regressar a uma música "mais emblemática dos anos 80", cujo trabalho acredita que "ainda se reflete, através de outras bandas e deles próprios" na música popular contemporânea.

Cerca de meia hora antes de atuar enquanto The Legendary Tiger Man, Paulo Furtado dizia à Lusa que "o festival ainda se está a reconstruir um bocadinho, ainda não chegou ao esplendor que tinha no passado", ressalvando que continua "icónico e com pernas para andar".

"É um caminho que se faz fazendo", considerou o músico de blues e rockabilly nacional, supondo que passará por "se continuar a apostar na programação.

O Festival Vilar de Mouros prossegue até dia 27 de agosto com cabeças de cartaz como Orchestral Manoeuvres in the Dark, Linda Martini, Echo and the Bunnymen, Tindersticks, The Waterboys, Samuel Úria ou Blasted Mechanism.

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