Museu da Misericórdia comprou Josefa de Óbidos por feliz acaso
O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares contou hoje à agência Lusa que a aquisição pelo museu da instituição de uma peça de Josefa de Óbidos nasceu de uma conversa casual com um galerista.
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Cultura Quadro
A completar um ano de existência na sexta-feira, o Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO) tem entre as suas peças mais valiosas a "Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e os Anjos", um quadro a óleo sobre cobre pintado por Josefa de Óbidos em 1678.
A sua vinda para o Porto resultou de uma conversa casual entre o galerista português Filipe Mendes e o provedor no momento em que no MMIPO foi inaugurada a exposição da obra congénere da pintora portuguesa "Santa Maria Madalena", que aquele filho de emigrantes portugueses tinha comprado para levar para o Museu do Louvre, em Paris.
A peça, contou António Tavares, tinha estado no Museu Nacional de Arte Antiga e "ele gostava que ela viesse ao Porto antes de seguir para Paris". Ao trazê-la para cá, "ajudou a que a outra peça da Josefa de Óbidos viesse para aqui também", desvendou o provedor.
"Já um bocadinho em desespero, por altura do Natal, quando estávamos a inaugurar a peça dele aqui no Porto, [Filipe Mendes] contou-me que estava com muitas dificuldades junto das autoridades portuguesas para que comprassem o quadro que iria a leilão no mês de janeiro", afirmou.
Admitindo "não ter grandes expectativas", ainda assim o provedor da Santa Casa convidou-o a ligar-lhe caso "os problemas persistissem".
"A verdade é que poucos dias depois telefonou-me e disse-me que o Estado português não tinha dinheiro e que o Museu Nacional de Arte Antiga estava muito concentrado na peça do Domingos Sequeira - "A adoração dos Magos" -, pelo que se corria o risco do quadro não vir para Portugal e perder-se para alguém", relatou.
O passo seguinte foi autorizá-lo a falar com a leiloeira Sothebys, em Nova Iorque, para preparar o leilão, no qual ele seria o representante da Misericórdia, revelou António Tavares.
"Conseguimos licitar, arrebatámos a peça - por 238 mil euros - e ela cá está", congratulou-se.
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