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Comuna e A Barraca vão recorrer dos resultados dos concursos da DGArtes

Os directores dos teatros A Barraca e a Comuna, em Lisboa, revelaram esta quarta-feira à agência Lusa, que vão apresentar recurso dos resultados provisórios dos concursos de apoios directos às artes, anunciados esta semana para a área do teatro.

Comuna e A Barraca vão recorrer dos resultados dos concursos da DGArtes
Notícias ao Minuto

16:23 - 03/04/13 por Lusa

Cultura Polémica

A Direcção Geral das Artes (DGArtes) anunciou na segunda-feira à noite, na página da Internet, que 54 entidades artísticas de todo o país vão repartir cerca de 4,3 milhões de euros atribuídos nos concursos de apoios directos, anuais, bienais e quadrienais, na área do teatro.

Nestes resultados provisórios da atribuição de apoios financeiros para 2013, 2014, 2015 e 2016, tanto A Barraca como a Comuna Teatro de Pesquisa, vão receber muito abaixo do valor que tinham solicitado para os seus projectos.

Maria do Céu Guerra, actriz e directora do Teatro A Barraca, considerou que a verba atribuída a esta entidade artística "é altamente discriminatória" e "uma enorme injustiça" e já pediu uma audiência de interessados para recorrer da decisão.

As entidades têm dez dias úteis para pedir uma audiência de interessados à DGArtes, que irá publicar os resultados finais deste concurso até final de Abril.

O Grupo de Acção Teatral A Barraca - Cooperativa de Produção Artística tinha concorrido na área do teatro com um projecto para quatro anos, solicitando valores entre os 139 mil euros e os 110 mil euros.

Nos resultados provisórios do concurso, a DGArtes atribuiu à entidade entre 61 mil e 48 mil euros para aqueles anos.

"Fomos absolutamente discriminados em relação a outras companhias. Não esperávamos isto", disse Maria do Céu Guerra à Lusa, avaliando que os apoios anteriores já se encontravam num nível muito baixo.

A direcção de A Barraca "quer acreditar que haverá ainda uma solução" porque ficou "satisfeita com a avaliação do júri, salvo algumas pequenas dúvidas, que são legítimas".

"A Barraca é uma das companhias de teatro que tem uma História enorme no país”, comentou ainda, reagindo a uma decisão que considera injusta.

Também João Mota, director da Comuna Teatro de Pesquisa, em Lisboa, lamentou o resultado, em declarações à Lusa, e indicou que vai apresentar recurso da decisão.

"Não acredito em nada do que o júri escreveu. São invenções ou enganos em vários aspectos da avaliação: escreveram que não fazemos digressões, que não temos serviço educativo e que não recebemos grupos emergentes, mas nada disso é verdade", criticou.

A Comuna Teatro de Pesquisa tinha apresentado um projecto para quatro anos com valores de apoio entre os 389 mil e os 394 mil euros anuais, e deverá receber entre 164 mil e 167 mil euros.

Perante esta decisão, João Mota, que também é director do Teatro Nacional Dona Maria II, considera que, em vez da DGArtes ter sustentado a decisão com um parecer tão negativo, "deveria ter tido a coragem de dizer que não há dinheiro".

"Não sei o que irá acontecer. Isto é um ataque à cultura e vivemos num tempo de fazer remendos. É um problema grave", considerou João Mota, acrescentando que ainda não perdeu a esperança de manter o projecto da Comuna.

Contactado pela Lusa, Jorge Silva Melo, dos Artistas Unidos, companhia também com sede em Lisboa, que tinha apresentado um projecto quadrienal para um apoio anual de 400 mil euros, e foram-lhe atribuídos 249 mil, disse que vai ainda avaliar se recorrerá da decisão.

"Tudo isto era previsível, uma política reaccionária que tenta descentrar dos artistas a actividade criadora. Uma vergonha. Ainda não decidimos o que fazer: mas a verdade é que eu não percebo os termos do 'parecer' assinado pelo júri", comentou.

"Não sei do que falam, não sei mesmo. E até acho que faço teatro há mais tempo do que eles: mas eles é que mandam. E a malta continua...", acrescentou Jorge Silva Melo.

O Teatro da Cornucópia, cujo director, Luís Miguel Cintra, tem vindo a admitir o encerramento do espaço por falta de apoios, apresentou um projecto para quatro anos, avaliado em 400 mil euros por ano, foi-lhe atribuído neste concurso um valor de 309 mil euros anuais.

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