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Pede-se que mosteiros da Batalha e Alcobaça sejam panteões nacionais

O presidente do Centro do Património da Estremadura - CEPAE, Micael Sousa, defende que os mosteiros da Batalha e de Alcobaça (na foto) devem receber o estatuto de panteão nacional e criar uma parceria a partir desse estatuto.

Pede-se que mosteiros da Batalha e Alcobaça sejam panteões nacionais
Notícias ao Minuto

12:35 - 07/04/16 por Lusa

Cultura Estremadura

A sugestão surge na sequência do pedido feito pelo município da Batalha aos grupos parlamentares com assento na Assembleia da República para que, depois de terem aprovado o Mosteiro dos Jerónimos como panteão nacional, o façam também relativamente ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

O CEPAE acompanha a ambição da Batalha e entende que a iniciativa deve ser alargada a Alcobaça, já que, tal como a Batalha, é também panteão real.

"Não querendo banalizar o estatuto, ambos poderiam defender e assumir uma eventual parceria nesta matéria, suportados e fortalecidos pelo restante património regional, nas suas várias dimensões", diz o presidente do CEPAE.

O dirigente lembra que "o Mosteiro de Alcobaça detém importantes túmulos de figuras proeminentes da história de Portugal, como D. Afonso III, responsável pela estabilização política, reconquista do sul do país e primeiras cortes alargadas ao povo e os famosos D. Pedro e D. Inês de Castro, entre outros".

Micael Sousa acredita que, a partir do estatuto de panteão nacional, ambos os mosteiros podem criar "uma forte estratégia e práticas de valorização do património da região em rede".

"Este estatuto, que é claramente simbólico, poderá trazer mais notoriedade ao património existente. O CEPAE será a favor desta e de todas as iniciativas que contribuam para salvaguardar e valorizar o património da região".

Já o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, lembra que o Mosteiro de Alcobaça já detém, como o da Batalha, "estatuto de panteão real, tendo sido o segundo da monarquia nacional". O autarca entende que "terá de ser a Direção-Geral do Património Cultural a pronunciar-se" sobre a eventualidade de vir a ser panteão nacional.

O etnógrafo José Travaços dos Santos, que tem estudado e defendido o Mosteiro da Batalha, não tem dúvidas sobre o estatuto de panteão nacional: "Tem todos os motivos para isso, concordo absolutamente com a proposta da Câmara da Batalha. Aliás, o mosteiro foi o primeiro panteão real e tem vários panteões. É profundamente justo que isso aconteça".

O investigador lembra a Capela do Fundador, "onde estão as maiores figuras daquela época, inclusivamente relacionadas com os Descobrimentos", a igreja, "onde se encontra o mestre Mateus Fernandes, iniciador do [estilo] manuelino, além do Claustro Real, "todo ele campa de dominicanos, que tiveram influência intelectual na vida da nação e eram o espírito do monumento", sem esquecer as Capelas Imperfeitas, "panteão de D. Duarte" e a Sala do Capítulo, "onde estão os soldados desconhecidos".

José Travaços dos Santos aponta até algumas personalidades que deviam estar sepultadas no monumento Património da Humanidade: Joaquim Mouzinho de Albuquerque, oficial de cavalaria que se destacou nas campanhas em África, o avô, Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, "o grande restaurador do mosteiro no séc. XIX, a quem se deve a salvação do mosteiro", ou Afonso Lopes Vieira, "filho adotivo da Batalha e um homem que se insere perfeitamente em tudo o que mosteiro representa: ele dizia que era aquele em que mais pátria há".

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