Coleção de arte moderna da Gulbenkian vai ter exposição permanente
A coleção de arte moderna da Fundação Gulbenkian vai passar a ter uma nova mostra permanente, a partir de junho, com uma primeira de três exposições que remetem para a história cultural e social portuguesa.
© Lusa
Cultura Junho
Num encontro com jornalistas, hoje realizado na sede da Fundação, em Lisboa, a administradora Teresa Gouveia e a nova diretora dos museus Gulbenkian, Penelope Curtis, anunciaram a junção das coleções de arte antiga e moderna, numa única designação, para equiparar o seu estatuto.
Questionada pela agência Lusa se, no âmbito da reorganização museológica, a coleção de arte moderna passará a ter uma exposição permanente e qual a sua dimensão, Penelope Curtis indicou que essa apresentação será feita de forma gradual.
"Vamos começar com uma exposição, que abre a 30 de junho, e que será a primeira de uma série de três apresentações da coleção moderna, que vai mostrar, respetivamente, obras sobre papel, pinturas e esculturas, remetendo para a história cultural e social moderna portuguesa, desde 1900 até à atualidade", indicou Penelope Curtis.
Esta primeira mostra, segundo a responsável - que desde janeiro deste ano dirige o Museu Gulbenkian, com a coleção de arte antiga, e o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAM) - terá como eixo central as obras do arquivo da Biblioteca de Arte, e uma mostra dedicada à pintura abrirá em novembro.
O CAM, que passará em junho a chamar-se Museu Calouste Gulbenkian - Coleção Moderna, tem vindo a apresentar regularmente exposições dedicadas à coleção, mas, segundo a nova diretora, futuramente, a ideia é criar uma mostra permanente que ocupe todo o edifício.
Penelope Curtis, responsável pela Tate Britain, de 2010 a junho de 2015, destacou ainda que, na programação deste ano, será fortalecido o diálogo entre a coleção antiga - reunida por Gulbenkian - e a moderna, em várias iniciativas.
Uma delas será a exposição "Kumkapi: Tapetes Voadores", com curadoria de Clara Serra e Rita Fabiana, que abre em maio, na qual serão mostrados, lado a lado, tapetes Kumkapi do século XIX-XX, do Museu Gulbenkian, e um tapete recentemente criado por Mehkitar Garabedian, artista arménio que participou na edição do ano passado da Bienal de Veneza.
Na mesma linha de cruzamento de ambas as coleções, será inaugurada - a propósito dos 60 anos da Fundação Gulbenkian -, em junho, "More or Less" (título provisório), uma exposição que vai explorar as relações entre a coleção do fundador e a coleção moderna, e serão apresentados alguns aspetos menos conhecidos de ambas, tendo como eixo central o ano de 1956.
"Esta exposição vai mostrar o modo surpreendente como ambas refletem o século XX", disse Penelope Curtis, que será uma das curadoras, a par de João Carvalho Dias e Patrícia Rosas Prior.
Questionada pelos jornalistas sobre como será recebido publicamente o fim da designação do CAM, a responsável comentou que "será uma habituação gradual, e talvez mais fácil para o exterior e menos para as equipas da própria entidade, que estão tão habituadas a nomear assim o museu".
"Nos anos 1970, foi muito vulgar abrir estes espaços museológicos como centros experimentais, com receio de lhes chamar museu, uma realidade que refletia uma época e que mudou. A coleção de arte moderna da Gulbenkian é muito significativa e deve ter maior visibilidade", defendeu Penelope Curtis.
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