Denominado "Zéthoven - plante um músico", este foi o único projeto do interior do país a ser selecionado pelo programa Partis II da Fundação Gulbenkian, ao qual concorreram 161 iniciativas a nível nacional, tendo 16 obtido financiamento que é assegurado ao longo de três anos.

Um apoio que, no caso do "Zéthoven - plante um músico", permitirá alargar o trabalho que já estava a ser desenvolvido desde 2013, graças a parcerias com empresas, instituições e autarquias locais.

Passar-se-á de 24 para cerca de 120 alunos, o que "representa um salto enorme", afirmou Luís Cipriano, maestro e presidente da ACBI, lembrando que a participação é totalmente gratuita para as crianças.

Este responsável explicou que a iniciativa se destina a alunos do segundo ciclo de escolaridade e tem como principal objetivo "dar a oportunidade a que todos estudem música", em especial aos mais carenciados e aos que estão mais afastados das sedes de concelho.

Segundo especificou, a seleção das crianças será feita com base nas respetivas capacidades musicais, dando prioridade aos alunos abrangidos pelos escalões de apoio escolar (A e B) e aos que são mais carenciados culturalmente, ou seja, aos que vivem em localidades onde habitualmente não há oferta cultural.

"Essas crianças também têm o direito de fazer parte deste projeto e de evoluir culturalmente", sublinhou, destacando que o projeto também visa a promoção do sucesso escolar.

As crianças terão de comprovar "continuamente" o trabalho desenvolvido nos ensaios e nas aulas de formação musical, bem como nas restantes disciplinas do programa escolar.

De acordo com o planeado, os grupos serão depois responsáveis por fazer pequenos concertos nas escolas de primeiro ciclo do seu concelho.

Outra das vertentes do "Zéthoven - plante um músico" diz respeito à possibilidade de encaminhamento profissional, sendo que a ACBI estabeleceu uma parceria com a Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), de modo a que, no futuro, os interessados possam para aí ser encaminhados, o que já aconteceu em dois casos.

"É uma oportunidade única no acesso à música para os mais novos", destacou o diretor da EPABI, Pedro Leitão.

Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, que é uma das principais entidades parceiras e também a autarquia do concelho em que o projeto fica sediado, evidenciou a "importância social e cultural" da iniciativa, que classificou como "muito significativa" e que espera que "frutifique" e alcance os objetivos propostos.

No total, o projeto implica um investimento de 142 mil euros, sendo que 60% serão financiados no âmbito do Partis II e o restante pelas empresas e instituições parceiras.