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Festival de BD de Angoulême altera regras de atribuição do Grande Prémio

O festival de banda desenhada de Angoulême (França) decidiu alterar as regras de atribuição do Grande Prémio, em resposta às acusações de sexismo de que foi alvo por não ter incluído mulheres na lista de finalistas.

Festival de BD de Angoulême altera regras de atribuição do Grande Prémio
Notícias ao Minuto

23:11 - 07/01/16 por Lusa

Cultura Sexismo

Em comunicado divulgado hoje, a organização do festival anunciou que a escolha do Grande Prémio - um prémio de carreira para um autor ou autora de banda desenhada - será feita sem listas prévias de finalistas e que os autores serão convidados a votarem livremente em quem quiserem.

Com a 43ª edição do festival marcada para o final do mês, falta ainda anunciar em que moldes é que a votação decorrerá.

A decisão do festival é tomada horas depois de a organização ter chegado anunciar que iria incluir algumas mulheres na lista de finalistas do Grande Prémio, que foi alvo da polémica.

A radio Europe 1 dava como certa a inclusão de seis autoras, entre as quais a norte-americana Linda Barry e a franco-iraniana Marjane Satrapi, mas a organização acabou por tomar outra decisão.

A polémica estalou esta semana, quando um coletivo feminino de banda desenhada acusou a organização de Angoulême de sexismo por não ter incluído qualquer mulher entre os finalistas ao Grande Prémio e apelou a um boicote à votação.

A lista, divulgada na terça-feira apresenta trinta nomes, entre os quais François Bourgeon, Stan Lee, Milo Manara, Lorenzo Mattotti, Frank Miller, Cosey, Alan Moore, Quino, Chris Ware e Jirô Taniguchi.

Alguns dos autores nomeados apoiaram as críticas e o apelo de boicote, como Daniel Clowes, Joann Sfar, Charles Burns e Riad Sattouf, e pediram para serem retirados da lista de finalistas.

Na quarta-feira, Frank Bondoux, da organização, sublinhava que "o Festival de Angoulême ama as mulheres, mas não pode reescrever a história da banda desenhada", que é dominada sobretudo pelo sexo masculino.

A ministra da Cultura de França, Fleur Pellerin, considerou "bastante anormal" que nenhuma mulher figurasse entre os finalistas.

Em mais de quarenta anos, o festival de Angoulême atribuiu apenas uma vez o Grande Prémio a uma mulher, quando Florence Cestac venceu em 2000.

De acordo com dados da Associação de Críticos e Jornalistas de Banda Desenhada de França, as mulheres representam 12,4 por cento dos profissionais de BD no mundo francófono.

O festival de Angoulême, considerado um dos mais importantes dedicados à banda desenhada, decorrerá de 28 a 31 de janeiro.

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