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Batida. Entre o potencial de vida do palco e a mensagem ativista

Batida atua hoje no festival Alive, em Algés, numa digressão internacional que tem sido de empatia com o público e que é também uma janela de oportunidade para falar sobre Angola, afirmou à Lusa o músico Pedro Coquenão.

Batida. Entre o potencial de vida do palco e a mensagem ativista
Notícias ao Minuto

22:46 - 10/07/15 por Lusa

Cultura Alive

O músico e produtor luso-angolano tem estado em digressão pela Europa e é em palco que percebe que Batida tem "um potencial quase de vida", de partilha com o público e com outros artistas.

Com o segundo álbum, "Dois" (2014), Pedro Coquenão esteve no Womex (Espanha), no Eurosonic (Holanda), passou pelos festivais de Glastonbury (Reino Unido) e Roskilde (Dinamarca), diz ter encontrado "vontade de conhecer e descobrir" a música que faz, num cruzamento entre África e o Ocidente.

"Tento aproveitar o palco o mais que posso, não de uma forma muito política, mas normal e reativa", afirmou o músico que, através da música, quer mostrar o que pensa sobre Angola, um país com uma história "de falência cultural e de falência da democracia que é muito pouco tangível, mas muito forte".

Sobre Angola, Pedro Coquenão refere-se à detenção de 15 pessoas, ocorrida em junho, suspeitas de tentarem derrubar o atual regime.

Entre essas 15 pessoas está Luaty Beirão, músico e ativista luso-angolano, que já atuou várias vezes com Batida.

Pedro Coquenão, em declarações à Lusa, considera que "houve uma precipitação, para não variar, por parte de quem é responsável, em prender primeiro e investigar depois". "É uma forma um pouco troca-tintas impulsiva, demonstrativa de prepotência e pouca inteligência emocional", lamentou.

Pedro Coquenão, que nasceu no Huambo e cresceu em Lisboa, não poupa críticas a Portugal e ao parlamento, que chumbou - com exceção do Bloco de Esquerda e do deputado socialista Pedro Delgado Alves - um voto de condenação da detenção daquelas 15 pessoas.

"É uma desilusão total. A história comum que temos, das independências e revoluções romantizadas. E depois dá numa coisa que, de romântico, não tem nada. É uma frieza, um calculismo, uma formalidade, um compromisso com as finanças com a diplomacia, que eu não entendo. (...) É um atestado de incompetência, de falta de humanismo e de incoerência politica, ideológica. Eu tenho vergonha", disse à Lusa.

Depois do festival Nos Alive, que decorre no Passeio Marítimo de Algés, Batida prossegue o calendário por festivais internacionais nas próximas semanas, que contará com passagem, por exemplo, por França, Alemanha e Suíça.

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