O anúncio do vencedor foi feito em outubro do ano passado e o romance foi editado pelas publicações D. Quixote no dia 21 de novembro.
A cerimónia de entrega está marcada para as 18:30 do dia 13 de junho, na Praça LeYa da Feira do Livro, e conta com a presença do escritor Manuel Alegre, que presidiu ao juri. O galardão será entregue pelo presidente da Leya, Isaías Gomes Teixeira.
Em declarações à Lusa, Reis Cabral, de 24 anos, afirmou que a escrita deste romance não foi uma "catarse de alguma coisa" e sublinhou que "é pura ficção", mas não deixou de questionar, "até que ponto todos os romances não serão catarse de algum aspeto de nós, de alguma coisa".
"Como estou no primeiro romance, não sei, de facto, dizer", rematou.
"Qualquer escritor tem que necessariamente escrever sobre o que sabe, senão não escreve, e portanto inspirei-me nalguns aspetos da minha biografia e da minha vida", acrescentou o autor, que é trineto do romancista Eça de Queiroz.
Ao Prémio LeYa de Literatura concorreram 361 originais de autores de 14 países e para Afonso Reis Cabral foi importante candidatar-se "para estabelecer limites e um prazo de conclusão", senão, reconheceu, ainda "estaria envolvido nele [romance]".
O romance aborda, entre outras, a questão das pessoas com síndrome de Down e o abandono do interior do país, mas o autor alerta: "Essa desolação do interior é vista pelo narrador, que tentei que fosse uma personagem desagradável e difícil".
"Essa desolação é vista por ele, não quer dizer que não seja assim, até pode ser, mas temos de desconfiar, porque o narrador é uma personagem como os outros, mas é ele que interpreta a realidade, daí que algum comentário mais cáustico seja dele".
O escritor afirmou estar a trabalhar num novo romance, sobre o qual nada adiantou, alegando:"não se sabe ainda no que vai dar".
Afonso Reis Cabral publicou em 2005 o livro 'Condensação', que reúne poemas escritos entre os 10 e os 15 anos. Em 2008 ficou em 8.º lugar num concurso europeu para estudantes em Língua e Literatura em Grego Antigo.
Mestre em Estudos Portugueses, pela Universidade Nova de Lisboa, trabalhou como revisor em várias editoras e, atualmente, trabalha como editor adjunto, na Alêtheia.