Imprensa internacional destaca longa vida e obra do realizador

A imprensa internacional noticiou a morte do cineasta português Manoel de Oliveira, hoje falecido aos 106 anos, prestando homenagem ao mais velho cineasta até agora no ativo, com um ritmo de rodagem de um filme por ano.

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© Reuters

Lusa
02/04/2015 16:02 ‧ 02/04/2015 por Lusa

Cultura

Manoel de Oliveira

"Morre Manoel de Oliveira, o mítico cineasta com 90 anos de carreira", titulou o diário espanhol El País, acrescentando que o realizador português "parecia ter superado a morte".

O francês Libération noticia o desaparecimento de Oliveira e recorda, em vídeo, uma "sexy dance" do cineasta em 2008, aos 99 anos, com o coletivo Sweet & Tender Collaborations, bem como uma entrevista, em 2002, em que Manoel de Oliveira relatou, através de datas importantes, a sua vida de homem e cineasta e uma visita guiada à sua "cidade-musa", o Porto.

Também o Le Monde destaca a morte do realizador português centenário, sublinhando que "ele era o decano dos cineastas em atividade".

"Morreu o grande realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos", escreveu o diário italiano La Repubblica, classificando-o como "um dos mais importantes de Portugal e do cinema mundial".

Outro jornal italiano, o La Stampa, noticia o falecimento do cineasta, precisando que "a sua última obra foi a curta-metragem 'O Velho do Restelo', apresentada em 2014 no Festival de Veneza", e que "desde a sua primeira película, em 1931, realizou mais 50 filmes, a maioria dos quais depois dos 60 anos".

O belga La Libre.be também destacou a morte de Oliveira, juntando à notícia um vídeo de uma ovação de pé ao cineasta na edição de 2010 do Festival de Cannes.

O canadiano La Presse, o checo Blesk, o holandês NU.nl, o sueco HD e os alemães Augsburger Allgemeine e Die Presse também noticiaram o óbito do cineasta português tratado por "mestre", bem como os brasileiros Folha de S. Paulo e Estadão, este último abordando também a relação de Oliveira com a escritora Agustina Bessa-Luís, cujas obras serviram de ponto de partida para alguns dos seus filmes "Francisca", "Party", "Vale Abraão", caracterizando-a como "uma relação de amor e desprezo", marcada "por um respeito profundo".

A propósito, Manoel de Oliveira chegou a dizer: "Agustina não gosta dos meus filmes porque ela tem a cabeça muito dura".

Outro diário brasileiro, o carioca Globo, indicou que Oliveira "morreu de parada cardíaca" em sua casa, no Porto, e descreve-o como "o cineasta mais longevo do mundo", que "dirigiu 62 filmes, entre longas e curtas", e tinha "84 anos de carreira como diretor e 47 prémios no currículo".

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