O realizador português Manoel de Oliveira morreu hoje, aos 106 anos, na sua casa, no Porto.
Numa nota de pesar hoje divulgada, o secretário de Estado expressa público pesar pelo falecimento do realizador em seu nome pessoal e em nome do Governo.
"Portugal perde um dos referenciais do século XX e um dos homens que, de forma continuada, durante quase nove décadas, dedicou apaixonadamente a sua vida à arte do cinema, criando obras que são hoje património cultural português", assinala o governante.
Jorge Barreto Xavier sublinhou ainda o "estilo e uma linguagem distintiva que são exemplares enquanto representação do poder de criação humana".
"Esteve presente nos grandes momentos da história do cinema português no século XX e contribuiu de forma decisiva para a visibilidade da cinematografia portuguesa na Europa e no Mundo. O seu trabalho e a sua influência em gerações de criadores e produtores fazem dele uma das raízes para a compreensão e para a leitura da cultura contemporânea portuguesa", acrescenta o tutelar da cultura no Governo.
Barreto Xavier conclui, na nota oficial: "O património criado por Manoel de Oliveira é de tal dimensão, que cuidar dele e projetá-lo é tarefa que nos compromete no presente e para o futuro".
Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, era o mais velho realizador do mundo em atividade.
O último filme do cineasta foi a curta-metragem "O velho do Restelo", "uma reflexão sobre a Humanidade", estreada em dezembro passado, por ocasião do 106.º aniversário.