Rogério Samora: Realizador era "uma criança sábia"
O ator Rogério Samora definiu à Lusa o realizador Manoel de Oliveira, que morreu hoje aos 106 anos, como "uma criança sábia; muito divertido, com sentido de humor, libidinoso, pecador e muito católico".
© Global Imagens
Cultura Manoel de Oliveira
O ator, que trabalhou, com Oliveira em filmes como, entre outros, "Le soulier de satin" e "Party", vê a morte do realizador como "um grande museu ou um monumento, como o Convento de Cristo, que ardam".
Samora, que fez parte do elenco de "A caixa", disse que, com o realizador, "os atores tinham a liberdade de interpretar o texto como melhor achassem".
"Ele dava liberdade ao ator para criar dentro daquele contexto, era sim, muito exigente com a encenação, com os objetos em cena, com o espaço e com o movimento dos atores", recordou Samora emocionado.
"Manoel de Oliveira era sim muito rigoroso com o texto, que, para ele, tinha uma importância fundamental - como com a luz", disse o ator, que fez também parte do elenco do filme "Os canibais".
"O quinto império" e "Palavra e utopia" são outros filmes de Manoel de Oliveira em que Rogério Samora atuou.
O realizador português Manoel de Oliveira morreu hoje, aos 106 anos, no Porto. Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, era o mais velho realizador do mundo em atividade.
O último filme do cineasta foi a curta-metragem "O velho do Restelo", "uma reflexão sobre a Humanidade", segundo nota da produção, que se estreou em dezembro passado, por ocasião do 106.º aniversário.
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