Mosteiro candidato a património mundial recuperado
Quatro altares do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, em Cabeceiras de Basto, estão a ser recuperados, naquela que é mais uma intervenção para garantir o sucesso da candidatura do templo a Património da Humanidade, informou fonte municipal.
© Global Imagens
Cultura Cabeceiras de Basto
O restauro dos quatro altares inclui tratamento da talha, das esculturas, dos vidros e portas e vai prolongar-se até junho.
Prevê a recuperação dos altares de Santa Ana, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Conceição e Santa Quitéria.
Paralelamente, será feito um estudo de diagnóstico do estado de conservação do mosteiro, com o mapeamento das anomalias, o levantamento do sistema hidráulico, a monotorização da temperatura e humidade interior, a verificação da estabilidade da igreja e da cobertura, a realização de sondagens geotécnicas, ensaios de vibração ambiental e elaboração das consequentes recomendações.
O estudo e o restauro dos altares vão significar um investimento de 166 mil euros, comparticipado por fundos comunitários, após aprovação da candidatura "Mosteiro de S. Miguel de Refojos: cuidar do passado, perspetivando o futuro".
A Câmara de Cabeceiras de Basto entregou em outubro a candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos a Património Mundial da Unesco.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara, China Pereira, já se manifestou "plenamente convicto" do sucesso da candidatura, sublinhando que está em causa "uma joia do barroco" e que o mosteiro tem várias especificidades que o tornam "único" em Portugal.
"É o único dos 29 mosteiros beneditinos em Portugal construído de raiz segundo os cânones da arte barroca e também o único com um zimbório monumental", referiu o autarca.
Com origem no século VII, aquele monumento ganhou importância como mosteiro beneditino no século XII, estando ligado à fundação de Portugal.
A candidatura à UNESCO destaca ainda a "dimensão histórica" do mosteiro, que foi gerador de povoamento e de desenvolvimento humano das Terras de Basto, assumindo-se como um "testemunho ativo e vivo" dos principais acontecimentos da história de Portugal.
Dá também ênfase ao cálice de prata dourada do mosteiro, com data de 1152 e classificado de Tesouro Nacional, sendo o objeto mais antigo do Museu Machado de Castro, em Coimbra.
Para os promotores da candidatura, aquele cálice é testemunho da ligação do rei Afonso Henriques ao mosteiro e da interação do mosteiro com a Universidade de Coimbra.
Entretanto, a Câmara de Cabeceiras de Basto quer também a classificação do Mosteiro de S. Miguel de Refojos como Monumento Nacional.
O mosteiro, além da igreja, integra os Paços do Concelho e o Externato de S. Miguel de Refojos, este último património da Arquidiocese de Braga.
A igreja, a sacristia e o teto do salão nobre dos Paços do Concelho estão classificados como imóvel de interesse público desde 1933.
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